Temer chama massacre de presos em Manaus de ‘acidente pavoroso’
Após reunião com ministros, presidente fala pela primeira vez sobre o tema e promete investimentos em presídios e trabalho em conjunto com os Estados
O presidente Michel Temer classificou, na manhã desta quinta-feira, a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, que resultou na morte de 56 detentos, como “acidente pavoroso”.
Foi a primeira vez desde o massacre, no domingo, que o presidente se manifestou sobre o assunto, que provocou repercussão internacional – até o papa Francisco já havia falado sobre o tema, enquanto Temer deixou o episódio a cargo do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
A declaração foi feita em reunião de Temer com o próprio Moraes e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para definir repasses e estratégias de melhorias para o sistema penitenciário brasileiro.
No início da reunião, o presidente manifestou solidariedade aos familiares das vítimas. “Eu quero, em uma primeira fala, mais uma vez, solidarizar-me com as famílias que tiveram seus presos vitimados naquele acidente pavoroso que ocorreu no presídio de Manaus”, disse.
Ele anunciou que há uma “necessidade imperiosa” de ação da União no sistema prisional e disse que o governo já realizou reuniões voltados para a área de segurança pública.
O presidente citou os principais problemas da área de segurança pública e afirmou que a segurança foi “absoluta” durante os Jogos Olímpicos de 2016, tendo recebido elogios até fora do país.
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No episódio do massacre em Manaus, o presidente destacou o trabalho do ministro da Justiça, que pôs todos os dispositivos da administração federal à disposição. Segundo ele, serão construídos mais cinco presídios federais, com 200 a 250 vagas cada um, para lideranças de maior periculosidade, e 150 milhões de reais serão destinados à instalação de bloqueadores de celulares em, pelo menos, 30% dos presídios de cada Estado.
O presidente afirmou que haverá um trabalho conjunto da União com os Estados. “A questão de segurança pública gera uma preocupação nacional. A União cuidará disso também, mas sem invadir as competências do Estados.” Durante sua fala, Temer destacou que o Compaj era “privatizado”, portanto, a responsabilidade do governo estadual no episódio não está muito “clara e definida”.