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Fake news sobre Doria é ‘feitiço contra feiticeiro’, diz França

Governador paulista acusou tucano de passar '90% da campanha fazendo fake news'. Ex-prefeito afirma que esta 'é a mais suja campanha já feita na História'

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 out 2018, 01h43 - Publicado em 26 out 2018, 00h56

Após o debate ao governo de São Paulo na TV Globo, na noite desta quinta-feira, 25, o atual governador paulista, Márcio França (PSB), acusou seu adversário, João Doria (PSDB), de passar “90% da campanha fazendo fake news” contra ele e disse que o suposto vídeo que mostraria o tucano em meio a relações sexuais com seis mulheres é “o feitiço que virou contra o feiticeiro”.

“Alguma coisa o João Doria tem que não consegue ficar com amigo um ano. Todo mundo vira inimigo dele, é uma coisa meio visceral, isso contamina. Ele passou a campanha inteira, 90% do tempo, fazendo fake news, coisas contra mim, e agora, enfim, feitiço virou contra o feiticeiro”, declarou França a jornalistas depois do debate. O pessebista afirmou que “não tem nada a ver” com o vídeo.

Também em entrevista após o encontro na Globo, João Doria declarou que esta “é a pior e mais suja campanha já feita na História”. Nesta quarta-feira, 24, ele divulgou o resultado de uma perícia segundo a qual as imagens do suposto vídeo de sexo foram alteradas por meio de montagem.

“Quem tem interesse nisso [no vídeo]? Não sou eu, evidentemente. Quem produziu? Quem financiou? Quem articulou? Aliás, quem gravou um vídeo na internet apoiando e impulsionando esse vídeo foi um vereador do Partido Socialista Brasileiro”, disse o tucano, em referência ao vereador paulistano Camilo Cristófaro (PSB).

Ex-aliado de Doria, Cristófaro admitiu em um vídeo nas redes sociais que divulgou a suposta gravação do candidato do PSDB. João Doria afirmou que o vereador será “judicialmente questionado” e, em referência a França, disse que “quem aceita que um criminoso do seu partido cometa crime, é porque é conivente”.

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Movimento Bolsodoria

Nas entrevistas pós-debate, Márcio França e João Doria também comentaram o apoio não recíproco do tucano ao candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, movimento conhecido como “Bolsodoria”.

Para o governador paulista, o apoio aberto de Doria a Bolsonaro prejudica o pesselista, que foi ultrapassado pelo petista Fernando Haddad na cidade de São Paulo, cuja Prefeitura o tucano deixou para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. No cenário nacional, conforme o Datafolha, o capitão da reserva do Exército viu diminuir de dezesseis para doze pontos em uma semana. Conforme o levantamento divulgado hoje, Bolsonaro tem 56% das intenções de voto e Haddad, 44%.

“Certamente atrapalha o Bolsonaro, porque associa uma coisa que não precisava associar. Bolsonaro tenta fugir dele de todo jeito, mas não adianta. Porque ele [Doria] tem essa característica, onde ele vê uma oportunidade ele se agarra, do meu modo de ver isso parece oportunismo. Quando nós servimos para apoiá-lo éramos aliados amigos, os partidos eram bons, depois todo mundo passou a ser um horror”, declarou França.

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Já João Doria, que disse que só daria a entrevista se sua mulher, a artista Bia Doria, e a deputada eleita pelo PSL Joice Hasselmann pudessem ficar ao seu lado, afirmou que se alinha ao liberalismo econômico defendido por Paulo Guedes, escolhido de Bolsonaro para comandar a Economia. Para o ex-prefeito, o presidenciável fará um governo “legítimo, importante e bom para o país”.

“Não sou de esquerda, sou contra esquerda, sou a favor de Bolsonaro porque defendo a politica liberal que Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda, tem defendido, inclusive o pacto federativo, que é muito importante para os estados. A verdade é verde amarela não é vermelha”, atacou.

Questionado se não seria contraditório que ele, Doria, declarasse apoio a um entusiasta da ditadura militar, regime que cassou o mandato de seu pai como deputado e o levou ao exílio, o tucano disse que não. “Bolsonaro não faz exaltação à ditadura e eu nunca me manifestei contra os militares, ao contrário. Eu tenho até o direito de me manifestar por conta de ter sido exilado também, fiquei dois anos no exterior com meu pai”, afirmou.

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