STF aceita denúncia contra deputado petista Vander Loubet
Ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos e o advogado Ademar Chagas da Cruz serão julgados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade nesta terça-feira aceitar denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e abrir uma ação penal contra o deputado federal Vander Loubet (PT-MS). Isso significa que o petista se tornou réu e será julgado no STF pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O nome de Loubet foi um dos 54 incluídos na chamada “primeira lista de Janot”, que em março de 2015 pediu à Corte a abertura de inquéritos contra políticos com base nas investigações da Operação Lava Jato. Nesta terça-feira, o procurador-geral enviou ao STF a abertura de outros 83 inquéritos contra parlamentares e ministros.
Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República em dezembro de 2015, Vander Loubet (PT-MS) e o ex-ministro do governo Collor Pedro Paulo Leoni Ramos, que também se tornou réu, participaram ativamente do esquema do senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Os dois teriam recebido 1,02 milhão de reais em propina, conforme a PGR.
O advogado Ademar Chagas da Cruz, apontado como preposto de Loubet no esquema, também será julgado pelo STF. Fabiane Karina Miranda Avanci e a esposa de Vander Loubet, Roseli da Cruz Loubet, também foram denunciadas, mas os ministros da Segunda Turma não aceitaram as acusações contra ambas.
O deputado federal é próximo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula condenado pelo juiz federal Sergio Moro a nove anos e dez meses de prisão por ter atuado como “laranja” do PT em um empréstimo de 12 milhões de reais do Banco Schahin, compensado por um contrato de 1,6 bilhão de dólares da empreiteira Schahin com a Petrobras.
Com a aceitação da denúncia contra Vander Loubet, cinco políticos respondem a ações penais no Supremo baseadas nas investigações da Lava Jato: os deputados Nelson Meurer (PP-PR) e Aníbal Gomes (PMDB-AL) e os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).