Senador quer ‘enquadrar’ suplente para se viabilizar como ministro de Lula
Favorito para a Agricultura, Carlos Fávaro disputa a indicação para a pasta com o deputado Neri Geller
Coordenador do grupo temático de agricultura no governo de transição, o senador mato-grossense Carlos Fávaro (PSD) tenta enquadrar sua suplente no Congresso, a empresária Margareth Buzetti (Progressistas), para se viabilizar como futuro ministro da Agricultura do governo Lula. Bolsonarista declarada, Buzetti assumirá a vaga do parlamentar caso se confirme a indicação do PSD para a pasta. Qualquer negociação sobre o futuro político de Fávaro, portanto, passa necessariamente por convencer a companheira de chapa a amainar o tom das críticas ao PT.
Na dança de cadeiras para a formação do futuro ministério de Lula, o PSD trabalha para controlar duas pastas – uma a ser preenchida por um indicado da sigla no Senado e outra pela Câmara. Cotado para ocupar a cota reservada a senadores, Fávaro disse a VEJA que, caso o convite para o primeiro escalão se confirme, a primeira suplente precisará seguir as orientações do partido e ainda atuar em rodízio com o segundo suplente, José Lacerda, que futuramente assumiria sua vaga no Congresso. Buzetti e Lacerda estão de malas prontas para se filiarem ao PSD.
O cargo de ministro da Agricultura no novo governo Lula também é cobiçado pelo deputado Neri Geller (PP-MT), que na corrida presidencial atuou para tentar aproximar Lula do agronegócio, conhecido reduto de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. A ex-ministra Kátia Abreu, que já ocupou a pasta na administração de Dilma Rousseff e integra a equipe de transição do governo, também pleiteia a vaga.
O ministeriável do PSD pela Câmara é o deputado Pedro Paulo (RJ), ex-secretário da Fazenda do Rio de Janeiro e afilhado político do prefeito Eduardo Paes. Dentro do partido, se nas costuras políticas a pasta da Agricultura não ficar com os senadores da sigla, o senador Alexandre Silveira (MG) também é cotado para um ministério.