Senador Major Olímpio tem morte cerebral em razão da Covid-19
Político do PSL estava internado na UTI desde o início deste mês. Ele foi o terceiro senador a morrer durante a pandemia do novo coronavírus
O senador Major Olímpio (PSL-SP), de 58 anos, teve a morte cerebral confirmada nesta quinta-feira, 18, após dias internado com Covid-19. Ele deu entrada na UTI do Hospital São Camilo, em São Paulo, no início deste mês e precisou ser intubado pela segunda vez há dois dias. A família do político disse que, por lei, terá de aguardar ao menos 12 horas para confirmar o óbito e saber quais órgãos poderão ser doados.
Major Olímpio é o terceiro senador a morrer vítima da Covid-19. O primeiro óbito confirmado foi o de Arolde de Oliveira (PSD-RJ), de 83 anos, em outubro do ano passado. O senador José Maranhão (MDB-PB), de 87 anos, morreu em fevereiro deste ano.
Amigos do senador vinham relatando há dias que Major Olímpio estava com a saturação muito baixa e não conseguia apresentar melhoras em seu quadro clínico. Ele deixa a esposa e dois filhos.
Olímpio estava no exercício do seu primeiro mandato como senador. Quem assumirá o cargo será o empresário paulista Alexandre Luiz Giordano, que ocupava a suplência.
Outros dois senadores estavam internados com a Covid-19. Lasier Martins (Podemos-RS) recebeu alta em Porto Alegre nesta quinta. A assessoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) informou que ele também deverá receber alta em breve de um hospital em São Paulo.
Policial militar durante 29 anos, Major Olímpio se elegeu deputado estadual por São Paulo em 2006 e foi reeleito para o cargo no pleito seguinte. Em 2014, ele conquistou o primeiro mandato como deputado federal. Conhecido por fazer uma oposição aguerrida ao PT, Olímpio se tornou um dos primeiros aliados a acreditar na candidatura do então deputado Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência da República. Em 2018, ele surfou na popularidade do bolsonarismo e desbancou o petista Eduardo Suplicy para conquistar de forma surpreendente uma vaga no Senado em 2018.
Após o início do governo, Olímpio foi escanteado por Bolsonaro e rompeu com o presidente. Ele se tornou um crítico contumaz da condução do governo federal e da influência que os filhos de Bolsonaro exercem sobre o Palácio do Planalto. Olímpio também era um defensor das pautas corporativas ligadas a policiais e um adversário político do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Em nota, o tucano prestou solidariedade aos amigos e familiares do senador. Bolsonaro ainda não se pronunciou.