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Sem Josué, Alckmin diz não ter pressa ou preferência por vice

Caso não haja consenso, Centrão pode indicar mais de um nome ao tucano, a quem caberia escolher seu companheiro de chapa

Por Estadão Conteúdo 26 jul 2018, 13h39

Após ter oficializados o apoio do Centrão e a recusa do empresário Josué Gomes em ser seu vice, o pré-candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira, 26, que não tem pressa ou preferência sobre o perfil de seu companheiro de chapa. Ele voltou a enfatizar que o prazo para essa definição é o dia 4 de agosto, data da convenção nacional do PSDB.

“Para ter vice, precisa ter candidato; só hoje que o Centro Democrático decidiu pela nossa candidatura. Agora vamos nos debruçar sobre o vice. Queria agradecer muito ao Josué (Gomes) e seu artigo (no jornal Folha de S. Paulo). O vice é uma decisão coletiva e não temos pressa; o prazo é 4 de agosto, data da convenção do PSDB. O perfil é de homem ou mulher, moreno ou loira, não tenho preferência. Certamente não será um nome de São Paulo, mas temos ótimos nomes, vamos aguardar”, explicou.

Ao enaltecer o apoio do Centrão, Alckmin repetiu diversas vezes a importância de ser um candidato “conciliador” e rejeitou “extremismo” e “populismo”. “Fico feliz de nos reunirmos com o Centro Democrático porque o caminho não é nem o autoritarismo nem o populismo”, declarou o ex-governador paulista ao agradecer aos partidos. “Seria fácil vir para o pré-candidato se eu estivesse em primeiro lugar, disparado nas pesquisas. Eles estão vindo por convicção num grande esforço conciliatório”, disse.

Ele agradeceu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem chamou de “um grande líder da nova geração”, por abdicar da pré-candidatura ao Planalto e citou nominalmente todos os outros pré-candidatos lançados pelo Centrão.

Mais de um indicado

O grupo de partidos pode apresentar a Alckmin mais de uma alternativa de vice. Caso não consiga definir um nome ainda hoje, o Centrão voltará a se reunir para tratar do assunto.

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O Solidariedade tenta emplacar a indicação do ex-ministro Aldo Rebelo, mas o PP pode colocar à mesa o nome do empresário Benjamin Steinbruch. O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional se filiou ao partido para ser vice do pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, mas a estratégia naufragou com o apoio do bloco a Alckmin. Agora Steinbruch entrou na lista dos citados para fazer dobradinha com o presidenciável do PSDB.

Segundo o presidente do DEM, ACM Neto, se houver consenso, o bloco apresentará apenas um nome. “Caso existam diversas opções, pode ser que a gente apresente mais de uma alternativa. A palavra final será de Alckmin. Nossos partidos têm bons nomes e não vamos ter dificuldade em encontrar um novo. A escolha não será tratada como um pleito deste ou daquele partido”, completou.

A preferência do ex-governador por uma parceria com o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) causou ciúmes nos demais partidos do bloco. Dirigentes do Centrão lembraram que, pelo acordo firmado, todos se comprometeram a apoiar a recondução de Rodrigo Maia à presidência da Câmara, em 2019.

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A avaliação do grupo é a de que, em um cenário assim, com Maia reeleito para o comando da Câmara, o DEM já estaria “bem contemplado” na geografia do poder. “Prejudica muito, não pelo Mendonça, mas o PRB tem dificuldade de o DEM ficar com a vice e a presidência da Câmara”, disse a VEJA o presidente do PRB, Marcos Pereira, nesta quarta-feira.

A portas fechadas, dirigentes do bloco não esconderam a contrariedade com Valdemar Costa Neto, chefe do PR, sob o argumento de que ele não poderia ter deixado Josué transformar a questão da vice em “uma novela”. Muitos afirmaram que a “costura” realizada por Valdemar foi mal feita e acabou expondo Alckmin e o Centrão.

“Também acho que Josué não foi muito correto conosco. Foi deselegante, fazendo a gente esperar e acreditando nele”, disse Paulo Pereira da Silva, presidente do Solidariedade.

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