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Retrospectiva 2022: um ano de altos e baixos

Marcado por reviravoltas na política e na Justiça, 2022 teve seus ganhadores e perdedores, mas raríssimas conquistas definitivas

Por Policarpo Junior Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 10h58 - Publicado em 23 dez 2022, 06h00

Quatro anos atrás, nessa mesma época, Jair Bolsonaro se preparava para subir a rampa do Palácio do Planalto, impulsionado por 57 milhões de votos, depois de sofrer um atentado que, por pouco, não lhe tirou a vida durante a campanha. Lula, na mesma época, estava preso numa cela da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, começando a cumprir uma pena de doze anos em regime fechado. Agora é Lula quem se prepara para subir a rampa do Planalto, catapultado por 60 milhões de votos, enquanto Jair Bolsonaro, derrotado, iniciará uma jornada ainda incerta como o principal líder da oposição. Na segunda-feira 19, o ex-governador Sérgio Cabral, um corrupto confesso condenado a 425 anos de prisão, foi solto, enquanto o juiz que o condenou está sendo investigado. Num ano eleitoral, o mesmo Supremo Tribunal Federal que anulou a sentença de Lula e libertou Cabral teve um papel decisivo para garantir o bom funcionamento da democracia. Heróis e vilões, classificação que variou conforme o ponto de vista — e as convicções éticas — do observador, deram sobrevida à perniciosa polarização que tomou conta do país há alguns anos. Aos trancos e barrancos, 2022 ficará marcado na história como um ano de reviravoltas.

POR BAIXO - Bolsonaro, Neymar, Trump, Putin, Musk, Ciro e Kanye West -
POR BAIXO – Bolsonaro, Neymar, Trump, Putin, Musk, Ciro e Kanye West – (Baptistão/.)

Alguns acontecimentos importantes, de tão peculiares, improváveis e absurdos, parecem ter migrado de ambientes virtuais, onde tudo é possível. Nos Estados Unidos, o ex-­presidente Donald Trump anunciou que pretende voltar à Casa Branca — e tem chances reais de sucesso —, mesmo investigado e sob o risco de ser preso, por incentivar a vexatória invasão do Capitólio depois de ser derrotado nas eleições. A guerra contra a pandemia do coronavírus ainda nem havia terminado quando Vladimir Putin, o presidente da Rússia, iniciou outra que reverberou nas economias de todo o mundo. Era para durar apenas alguns dias e, após dez meses, ainda não há sinal de seu término. O planeta também parou para acompanhar, durante dias, o velório e a sucessão da rainha Elizabeth II, que esteve por setenta anos à frente de uma instituição que atrai uma atenção desproporcional a sua importância prática. No aspecto econômico, poderosas empresas de tecnologia — aliás, as desenvolvedoras do metaverso (criação virtual que reproduz uma realidade paralela) — mergulharam numa crise também inimaginável no universo real. Aqui e lá fora, 2022 teve sua lista de vencedores e perdedores — mas raras foram as vitórias ou derrotas definitivas. Essa gangorra vai continuar.

LEIA O ESPECIAL DE RETROSPECTIVA 2022:

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– POLÍTICA

Os desafios de Lula para 2022
A derrota amarga de Bolsonaro
O protagonismo de Alexandre de Moraes no Judiciário

– BRASIL

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A marca da maldade: o julgamento de Flordelis

– ECONOMIA

A chance perdida de Bolsonaro e Guedes na economia

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– MUNDO

Como a morte de Elizabeth II marcou o fim de uma era
Depois de uma longa espera, a vez de Charles no trono
Na guerra, Ucrânia mostrou a força da resistência
Estados Unidos: onda republicana não se concretizou em 2022
Ano cravou China como superpotência global e Xi, seu líder inconteste
Na América Latina em 2022, todo poder aos vermelhos
O espectro da ultradireita ronda a Europa

– GERAL

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Adeus às máscaras: o fim da fase mais dura da pandemia
O mundo viu o espaço com mais clareza
Vida longa aos faraós: Egito voltou ao centro das atenções
Passado submerso: o salto da arqueologia marinha
Calor recorde e incêndios: o impacto do aquecimento global
Virada moralista: o aborto no centro das discussões sociais

– ESPORTE

Respeitosa despedida: nunca houve um tenista como Federer
‘Parece um pesadelo’: a derrota do Brasil na Copa

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– CULTURA

O tapa memorável de Will Smith no Oscar
Os melhores filmes, discos, séries e livros de 2022

Tempos ásperos: as frases que causaram barulho
Memória: as mais marcantes despedidas

Publicado em VEJA de 28 de dezembro de 2022, edição nº 2821

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