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Reprovação de brasileiros a Doria salta de 39% para 52% em um mês

Pesquisa do Instituto Ipsos em 72 cidades mostra que alta veio logo após polêmicas intervenções na Cracolândia e a decisão do PSDB de manter apoio a Temer

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 20h19 - Publicado em 29 jun 2017, 16h04

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), viu sua taxa de reprovação subir 13 pontos porcentuais – de 39% para 52% – entre os meses de maio e junho, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Ipsos. Como a aprovação ao tucano se manteve estável em 16%, os entrevistados que agora reprovam o prefeito vieram daqueles que não sabiam ou não tinham conhecimento suficiente para avaliá-lo – essa taxa caiu os mesmos 13 pontos porcentuais, de 45% para 32%.

A reprovação ao prefeito paulistano, apontado como um dos presidenciáveis do PSDB em 2018, vinha apresentando curva descendente desde que ele tomou posse, em janeiro – o índice caiu de 46%, em fevereiro, para 45%, em março, 40% em abril e os 39% de maio. O Ipsos entrevistou 1.200 pessoas em 72 municípios em todo o país entre os dias 1º e 13 de junho. A pesquisa tem margem de erro de 3 pontos porcentuais, para mais ou para menos.

Foi justamente em maio que uma ação policial na Cracolândia, no centro de São Paulo, acabou tendo impacto negativo na imagem do prefeito, embora tenha sido conduzida pela Polícia Militar, controlada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Após a ação, que terminou com a prisão de 38 traficantes ligados à facção criminosa PCC e levou à dispersão de usuários de crack pela região central da cidade, Doria declarou: “A Cracolândia acabou”.

Os usuários de droga, contudo, migraram à região da Praça Princesa Isabel, também no centro, onde se instalou um novo “fluxo”, como é conhecida a aglomeração de viciados. Nos últimos dias, eles voltaram às imediações da antiga Cracolândia.

Dois dias depois da ação da PM, a demolição de um imóvel na Cracolândia pela prefeitura terminou com três feridos. Imagens de câmeras no interior do prédio, uma pensão, mostram que ele ainda estava ocupado quando as retroescavadeiras começaram a derrubada da fachada. A demolição de imóveis que eram usados pelos viciados faz parte do projeto Redenção, da gestão Doria, que visa a reurbanizar a área por meio de parceria com a iniciativa privada.

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A prefeitura negou ter cometido erros no incidente, que atribuiu à “situação inusitada” de haver uma “entrada clandestina” no imóvel, como declarou o secretário de Obras da prefeitura, Marcos Penido.

Indecisão do PSDB

Outro ponto que possivelmente colaborou para o aumento da impopularidade de Doria foi a participação dele na reunião do PSDB que acabou definindo que o partido permaneceria na base aliada do presidente Michel Temer (PMDB), principal alvo das delações premiadas de executivos do Grupo J&F.

Em visita ao Rio de Janeiro na última terça-feira, Doria declarou que ele e Alckmin, seu padrinho político, mantêm a posição de “proteger o Brasil”, e não o governo Temer, mas que o desembarque do partido do barco do peemedebista “é uma decisão que cabe à Executiva Nacional do PSDB”.

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Os delatados pela JBS

Além de medir a popularidade de João Doria, a pesquisa do Instituto Ipsos traz números sobre Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), os principais alvos das delações da JBS.

Primeiro presidente brasileiro denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de corrupção passiva, Temer é desaprovado por 93% dos brasileiros, segundo o Ipsos, número que era de 86% em maio. A aprovação do peemedebista caiu de 8% para 3% no último mês. Os que não sabem ou não o conhecem o suficiente para avaliar eram 6% e agora são 3%.

Afastado do mandato no Senado por ordem do STF e denunciado à Corte por corrupção passiva e obstrução de Justiça, Aécio teve o maior aumento de rejeição detectado pelo instituto de pesquisas: de 77%, em maio, para 91%, em junho. O tucano também foi a figura com menor aprovação no levantamento, apenas 2%, porcentual que era de 5% no mês passado. A respeito de Aécio Neves, 7% dos entrevistados disseram não saber ou não terem conhecimento para avaliá-lo.

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