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Raquel reforça denúncia e pede que Cedraz seja afastado do TCU

Ministro e filho Tiago foram denunciados por crime de tráfico de influência em obras da usina de Angra 3. Julgamento deve acontecer nesta terça no STF

Por Da Redação
24 jun 2019, 19h24

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reforçou nesta segunda-feira, 24, que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) receba integralmente a denúncia contra o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz, o filho dele, o advogado Tiago Cedraz, e outras duas pessoas pelo crime de tráfico de influência em obras da usina de Angra 3. O julgamento está previsto para a sessão desta terça, 25.

Eles são acusados de receber propinas para influenciar em processos no tribunal para beneficiar o consórcio Angramon, liderado pela UTC Engenharia. A procuradora-geral também reforçou pedido cautelar para o afastamento de Aroldo Cedraz.

A denúncia foi oferecida em outubro de 2018. Na cota, o documento complementar à acusação em que a Procuradoria pede outras providências, Raquel já solicitava o afastamento de Cedraz do cargo.

Após o oferecimento da acusação, as defesas apresentaram resposta à peça da Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro e seu filho pediram para que a denúncia não seja recebida. Na última quinta-feira, 22, Dodge enviou a Fachin nova manifestação rebatendo os requerimentos das defesas.

Segundo a peça acusatória, “Tiago Cedraz pediu propinas a Ricardo Pessoa, presidente da UTC Engenharia, líder do consórcio Angramon, formado pela fusão dos consórcios Angra 3 e UNA 3, sob o pretexto de influenciar em atos a serem praticados pelo ministro do Tribunal de Contas da União Raimundo Carreiro Silva, relator na corte de contas de dois processos instaurados, em momentos distintos, em razão do processo licitatório e da execução das obras para a montagem eletromecânica da usina nuclear”.

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Para tanto, Cedraz teria recebido, entre junho de 2012 e setembro de 2014, uma mesada de 50 mil reais e um pagamento extra de 100 mil reais-parte dos valores teriam sido repassados a Aroldo Cedraz.

Em memorial enviado aos ministros que integram o colegiado, Dodge rebate os argumentos das defesas dos acusados sobre a falta de elementos na denúncia que apontem para a prática do crime, como consta em conclusões de sindicância realizada pelo TCU.

Para a PGR, o afastamento de Aroldo Cedraz é fundamental para que se possa garantir o regular funcionamento das instituições, sem embaraços ou condutas indevidas, à luz do que dispõe a Constituição Federal.

Defesas

Em nota, o advogado Luís Henrique Machado, que defende Aroldo Cedraz, afirmou que “o ministro nem sequer foi citado nas delações da UTC”.

A reportagem não localizou o defensor de Tiago Cedraz. Nos autos, o advogado Eduardo de Vilhena Toledo, que defende Tiago, pediu para que a denúncia seja rejeitada por “manifesta ausência de base empírica”.

O advogado ainda diz que o “relatório de análise dos dados obtidos com o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos investigados apurou que, em 2012, Tiago Cedraz transferiu para a conta bancária de seu pai, Aroldo Cedraz, a importância total de 150 mil reais”.

(com Estadão Conteúdo)

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