Randolfe pede a Moraes bloqueio de sete canais bolsonaristas no Telegram
Grupos reúnem mais de 330.000 membros e, segundo o senador, têm disseminado notícias falsas em 'desequilíbrio no processo eleitoral'

Um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o bloqueio de sete canais bolsonaristas no Telegram, que concentram mais de 330.000 inscritos. Randolfe afirma que os canais têm disseminado notícias falsas “em prejuízo da lisura do pleito eleitoral a ser realizado no próximo domingo”.
A petição do senador foi apresentada dentro do inquérito do STF que apura a atuação de milícias digitais nas redes sociais, cujo relator é Alexandre de Moraes. Randolfe solicita o bloqueio dos grupos até, pelo menos, a próxima segunda-feira, 31, dia seguinte ao segundo turno. O ministro é também o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e negou nesta quarta-feira, 26, uma ação da campanha do presidente Jair Bolsonaro que alega fraude na veiculação de inserções de propaganda do presidente em rádios, sobretudo do Nordeste.
Randolfe Rodrigues mostra a Moraes no pedido capturas de tela dos grupos, nas quais se veem imagens com notícias falsas a respeito do caso das inserções nas rádios e contra Lula e o PT, além de ataques a Moraes. Os canais na mira do senador são “O Informante” (108.292 inscritos), “Bolsonarista Opressora” (23.349 inscritos), “Patriotas Conservadores SP” (10.330 inscritos), “Direita Inteligente” (4.602 inscritos), “Brasil-Japão com Bolsonaro” (1.926 inscritos), “70 milhões eu voto em Bolsonaro nova direita” (190.018 inscritos) e “Presidente Bolsonaro 2022” (17.527 inscritos).
“Não há como se falar em livre exercício da cidadania e de manutenção da higidez democrática em um contexto de graves fake news, que podem, literalmente, distorcer a vontade do cidadão-eleitor com base em pseudofatos, sabidamente inverídicos. E o que ocorre nos canais ora denunciados é exatamente isto: a geração em massa de notícias falsas, com ataques eleitorais desprovidos de qualquer senso de realidade, que almejam tão somente constranger votos de eleitores, que, muitas das vezes, inocentemente acreditam naquilo que recebem via redes sociais”, diz Randolfe.
O senador ainda afirma que as fake news espalhadas nesses canais configuram “evidente ato continuado de desequilíbrio no processo eleitoral, uma efetiva perturbação do curso normal das eleições, provocando efetivas interferências no curso normal das eleições gerais, uma constatação já bastante grave”.