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‘Queremos um Brasil sem aborto’, diz futura ministra de Direitos Humanos

Damares Alves afirma, contudo, que não é necessário alterar legislação sobre a prática, permitida em casos de estupro, risco à mãe e feto anencéfalo

Por André Siqueira, João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 dez 2018, 15h59 - Publicado em 6 dez 2018, 18h42

Após ser indicada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) como futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, a advogada Damares Alves afirmou nesta quinta-feira, 6, que é contra o aborto, mas que a legislação sobre o tema não deve ser alterada. A prática é permitida no Brasil somente em casos de estupro, risco à vida da mãe ou feto anencéfalo. “Dá para a gente trabalhar apenas essas situações”, disse.

“Nós queremos um Brasil sem aborto, de que forma? Um Brasil que priorize políticas públicas de planejamento familiar, que o aborto nunca seja considerado e visto nessa nação como método anticonceptivo. O aborto apenas nos casos necessários e aqueles previstos em lei. Mesmo nestes, eu tenho certeza que, quando é oferecida à mulher uma outra opção, ela pensa duas vezes. Essa pasta não vai lidar com o tema aborto, essa pasta vai lidar com proteção de vidas, e não de morte”, afirmou Damares a jornalistas.

A futura ministra declarou também que, em sua avaliação, “nenhuma mulher quer abortar” e que, “se a gravidez é um problema que dura só nove meses, eu digo pra vocês que o aborto é um problema que caminha a vida inteira com a mulher”.

“As mulheres chegam até o aborto porque possivelmente não lhe foi dada nenhuma outra opção. A mulher que aborta acreditando que ela está desengravidando, ela não está desengravidando, o aborto não desengravida nenhuma mulher, a mulher caminha o resto da vida com o aborto”, disse a advogada, que é assessora do senador Magno Malta (PR-ES). O parlamentar chegou a declarar que seria ministro de Bolsonaro, mas acabou preterido pelo presidente eleito.

Violência contra LGBTs

A futura ministra, que também é pastora evangélica, também foi indagada sobre políticas para a comunidade LGBT, sobretudo para combate à violência. Damares Alves afirmou que se criou no país uma “falsa guerra entre cristãos e LGBT” e que a pasta vai enfrentar “seriamente” o problema.

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“Que fique bem claro: se precisar, estarei nas ruas com as travestis. Se precisar, estarei na porta das escolas com as crianças que são discriminadas por sua orientação sexual. A violência contra qualquer pessoa, por qualquer motivação, vai ser prioridade do governo”, disse.

Igualdade salarial entre homens e mulheres

Na entrevista que deu ao ser anunciada no ministério, Damares foi questionada sobre o combate à desigualdade salarial entre homens e mulheres, e respondeu que “nenhum homem vai ganhar mais que mulher nesta nação desenvolvendo a mesma função”. Segundo a nova ministra, “isso já é lei e o Ministério Público está aí para fiscalizar”. Ela disse, ainda, que vai “para a porta da empresa que o funcionário homem, desenvolvendo papel igual ao da mulher, está ganhando mais”.

Durante a campanha, Jair Bolsonaro afirmou, mais de uma vez, que não cabe ao chefe do Executivo interferir na iniciativa privada na busca pela igualdade salarial entre gêneros. Segundo o pesselista, “quanto mais o Estado entra, pior fica o negócio no Brasil”. “Tem muito local que mulher ganha mais do que homem. Deveríamos então lutar para diminuir o salário dessas mulheres competentes?”, questionou, na oportunidade.

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Em 2014, em entrevista ao jornal Zero Hora, o presidente eleito disse entender que seria possível que mulheres recebessem menos, já que podem engravidar, o que representa um custo para o empregador. Jair Bolsonaro nega ter dado essa declaração.

“Pode escrever aí: quando o cara vai empregar, entre um homem e uma mulher jovem, o que que o empregador pensa? ‘Poxa, essa mulher aqui tá com aliança no dedo, não sei o quê, ela vai casar, é casada, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade, bonito para c…, para c…, “. Quem que vai pagar a conta? É o empregador. No final, ele abate no INSS, mas ele fala o seguinte: quebrou o ritmo de trabalho. Quando ela voltar, vai ter mais um mês de férias. Então, no ano, ela vai trabalhar cinco meses”, afirmou, complementando na pergunta seguinte: “por isso que o cara paga menos para a mulher”.

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