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Quem são o ‘pipoqueiro’ e o ‘sorveteiro’ citados por Bolsonaro e condenados pelo 8 de Janeiro

Ex-presidente exaltou a condenação da dupla para pedir anistia para os participantes dos ataques na sede dos Três Poderes

Por Redação Atualizado em 6 abr 2025, 23h05 - Publicado em 6 abr 2025, 20h04

Durante os atos deste domingo, 6, na Avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro citou a condenação recente de dois homens para sustentar a defesa por uma anistia aos manifestantes do 8 de janeiro de 2023. “Olhe só o que está acontecendo no Supremo no dia de hoje. Eles já têm maioria para condenar um pipoqueiro e um sorveteiro por golpe de Estado. É inacreditável o que acontece”, disse Bolsonaro.

Numa tentativa de fazer a condenação ganhar repercussão fora do país, o ex-presidente chegou a citar o caso em inglês.

O “pipoqueiro” e o “sorveteiro”, na verdade, foram condenados na última sexta-feira, 4, por incitação ao crime e associação criminosa, a penas de um ano de prisão, além do pagamento de multa. Como a punição foi baixa, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, substituiu a pena privativa de liberdade por restritivas de direito, como prestação de serviços à comunidade, participação de curso com temática sobre “Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado” e proibição de utilização das redes sociais até a extinção da pena.

Apenas os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça pediram a absolvição da dupla, enquanto os demais seguiram o voto do relator.

Os dois condenados negam ter participado dos ataques do 8 de Janeiro. Eles foram presos no dia 9 de janeiro, quando estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército, e soltos poucos dias depois sob a condição de usar tornozeleira eletrônica. Para a Procuradoria-Geral da República, apesar de não haver elementos que indiquem a presença deles na Praça dos Três Poderes, o acampamento se constituiu um “ponto de encontro para uma associação estável e permanente” e que ao estarem no local, os denunciados aderiram ao grupo que tinha como objetivo “a prática de crimes contra o Estado democrático de direito”.

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O ‘pipoqueiro’ de Lajeado

Um dos condenados é o empresário Carlos Antônio Eifler, de 55 anos. Ele foi preso em 9 de janeiro e solto no dia 18. Em um dos termos assinados, ele informou ter ensino superior completo e uma renda de 7 mil reais por mês. Morador de Lajeado, no Rio Grande do Sul, ele tem aberta em seu nome uma microempresa que fornece conservas e produtos à base de chocolate.

O empresário gaúcho ganhou fama de pipoqueiro ao vender, antes, pipocas gourmet – caramelizadas, de leite ninho e chocolate, por exemplo – em alguns pontos de revenda da cidade.

Em depoimento, Carlos Eifler disse que foi a Brasília após receber um convite para dar um “abraço simbólico” na Esplanada dos Ministérios. Ele disse que teve problemas no trajeto e que chegou à capital apenas da tarde do dia 8 de janeiro, deslocando-se diretamente ao QG do Exército e sem sair de lá.

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“Jamais eu ia pensar em chegar lá, pegar uma arma, invadir, quebrar, entrar num lugar onde eu não fui convidado. Eu jamais ia fazer o que foi feito”, afirmou durante audiência. O empresário também disse estar passando por problemas financeiros, ter problemas de saúde, necessitar de ajuda de um psiquiatra e que sequer consegue mais sair na rua por “vergonha”.

O ‘sorveteiro’ de Porto Seguro

Já o segundo citado por Bolsonaro é Otoniel Francisco da Cruz, de 45 anos. Morador de Porto Seguro, na Bahia, ele informou ter ensino médio de escolaridade e uma renda mensal de 1.000 a 2.000 reais. Em audiência aos investigadores, Otoniel disse ser sorveteiro e trabalhar vendendo picolés na praia.

O ambulante também disse que chegou a Brasília somente na noite do dia 8 de janeiro, quando os ataques já tinham acontecido, e que permaneceu acampado na estrutura montada diante do QG do Exército, onde lhe foram oferecidas comidas e bebidas gratuitamente.

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Otoniel disse ainda que não pagou pela viagem, que não sabia quando retornaria nem quem custeou o ônibus no qual chegou à capital. Um dos objetivos da viagem, afirmou, era manifestar “pacificamente contra o mal”. “Não sou contra o governo, sou contra algumas pautas do governo, que é aborto e drogas”, disse aos investigadores durante depoimento.

“Sou contra o que fizeram, manifestação, que quebraram… Eu sou contra isso aí. Vandalismo, eu não sou a favor disso não, eu sou contra”, afirmou.

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