Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

PSL repudia fala de Eduardo sobre ‘novo AI-5’: ‘Tentativa de golpe’

Partido, que tem o deputado como líder na Câmara, diz em nota assinada por Luciano Bivar ser contra iniciativas que levem à retirada de direitos

Por Redação
Atualizado em 31 out 2019, 17h09 - Publicado em 31 out 2019, 17h01

O PSL repudiou na tarde desta quinta-feira, 31, a declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente Jair Bolsonaro e líder do partido na Câmara, a respeito de um possível “novo AI-5” se houver uma “radicalização” da esquerda no país. Em nota assinada pelo presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), o diretório nacional da sigla classifica a manifestação como “tentativa de golpe ao povo brasileiro” e diz ser “contra qualquer iniciativa que resulte em retirada de direitos e garantias constitucionais”.

“O Diretório Nacional do Partido Social Liberal, com veemência, repudia integralmente qualquer manifestação antidemocrática que, de alguma forma, considere a reedição de atos autoritários. A simples lembrança de um período de restrição de liberdades é inaceitável”, diz o texto.

O PSL passa por um racha interno entre grupos fieis a Jair Bolsonaro e a Luciano Bivar, que disputam o comando do partido e, assim, o poder sobre seu caixa. Um dos lances na briga, a destituição do ex-líder do PSL na Câmara Delegado Waldir (GO), teve Eduardo como figura central. Uma gravação mostrou Bolsonaro articulando pessoalmente a tomada de assinaturas para tirar Waldir do posto e substituí-lo pelo filho, que depois de uma guerra de listas acabou ficando no posto.

A nota do PSL afirma ainda que, na sigla, “a democracia não é negociável”. “Não podemos permitir que sejam abalados pilares democráticos caros, como a tolerância, a prática de aceitar o contraditório, as críticas e o trabalho importante da imprensa, que deve ser livre, sem amarras de qualquer tipo”.

A declaração de Eduardo Bolsonaro sobre “um novo AI-5” foi dada em uma entrevista à jornalista Leda Nagle, divulgada nesta quinta-feira, 31. Ele havia sido questionado a respeito dos protestos no Chile e a eleição de Alberto Fernández na Argentina, tendo como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. Ele citou o uso de recursos do BNDES na obra do porto de Mariel, em Cuba, o programa Mais Médicos e a produção de petróleo na Venezuela como fontes de dinheiro a possíveis “revoluções” de esquerda.

Continua após a publicidade

O Ato Institucional nº 5, ao qual Eduardo se referiu, foi baixado em 13 de dezembro de 1968 e abriu caminho para a radicalização da ditadura militar (1964-1985), com cassações e suspensão de direitos políticos, institucionalização da censura à imprensa, além do endurecimento da repressão com tortura, mortes e desaparecimentos de membros da oposição.

“Agora eles têm condições de financiar isso em um nível muito maior aqui na América Latina. A gente vai ter que encarar de frente isso daí. Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam e sequestravam grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, afirmou o filho Zero Três do presidente.

Para Eduardo, a disputa com a militância de esquerda é uma “guerra assimétrica”, na qual o inimigo é de “difícil identificação”. “Não é uma guerra onde você está vendo seu oponente do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno, de difícil identificação aqui dentro do país. Espero que não chegue a esse ponto, mas a gente tem que estar atento”, disse.

Continua após a publicidade

Veja abaixo a íntegra da nota do PSL:

O Diretório Nacional do Partido Social Liberal, com veemência, repudia integralmente qualquer manifestação antidemocrática que, de alguma forma, considere a reedição de atos autoritários.

A simples lembrança de um período de restrição de liberdades é inaceitável.

Continua após a publicidade

O Brasil demorou anos para voltar a respirar democracia e a eleger diretamente seus representantes, a um custo altíssimo, tanto para o Estado quanto para as vítimas do regime transitório.

Não podemos permitir que sejam abalados pilares democráticos caros, como a tolerância, a prática de aceitar o contraditório, as críticas e o trabalho importante da imprensa, que deve ser livre, sem amarras de qualquer tipo.

O PSL é contra qualquer iniciativa que resulte em retirada de direitos e garantias constitucionais.

Continua após a publicidade

Em nosso partido, a democracia não é negociável.

Fica aqui nossa manifestação de repúdio a esta tentativa de golpe ao povo brasileiro.

Executiva Nacional do PSL

Luciano Bivar
Presidente

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.