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PSDB decide manter Aécio Neves afastado da presidência do partido

Comando da legenda continua com Tasso Jereissati (CE), que conduzirá processo de escolha do novo presidente da sigla até o final do ano

Por Da redação
Atualizado em 3 ago 2017, 16h21 - Publicado em 3 ago 2017, 15h54

O senador Tasso Jereissati (CE) continuará como presidente interino do PSDB até a escolha de um novo nome para comandar a legenda. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira  pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que permanecerá licenciado do comando da sigla.

“Fiz um apelo em nome da unidade do partido para que o senador Tasso Jereissati continue como presidente do partido e conduza aquilo que é essencial: uma grande discussão do programa partidário junto com vários setores da sociedade civil para que o PSDB volte a representar o que sempre representou e foi essencial ao país”, afirmou.

A ideia, segundo os tucanos, é que o partido antecipe para o fim do ano a renovação de seu programa e as convenções municipais e estaduais da legenda. Pelo cronograma acertado, inclusive com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a renovação de toda a direção do partido e a apresentação do pré-candidato tucano à Presidência da República em 2018 devem ser feitas até dezembro.

Até o momento, despontam como principais nomes do PSDB à sucessão de Michel Temer (PMDB) o próprio Alckmin e o prefeito da capital paulista, João Doria Jr, que já afirmou que não disputaria prévias contra o governador, seu padrinho político. O senador José Serra (SP), candidato à Presidência em 2002 e 2010, corre por fora pela indicação do partido.

Questionado se a decisão de se manter licenciado da presidência do PSDB tem relação com as denúncias vinculadas às delações premiadas de executivos do Grupo J&F, que controla a JBS, Aécio desconversou. ” Essa questão está sendo tratada na Justiça”, afirmou.

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O senador mineiro está afastado do comando da sigla desde o dia 18 de maio, quando ele, sua irmã, Andrea Neves, e seu primo, Frederico Pacheco de Medeiros, foram alvos da Operação Patmos, deflagrada a partir da delação premiada da JBS. Andrea e Frederico foram presos pela Polícia Federal e o senador, alvo de mandados de busca e apreensão, foi afastado do mandato parlamentar pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A irmã e o primo de Aécio Neves já foram soltos por decisão do STF e cumprem prisão domiciliar.

Aécio foi gravado por Joesley Batista, dono do Grupo J&F, pedindo ao empresário 2 milhões de reais para o custeio de sua defesa na Operação Lava Jato. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão preventiva do tucano na ocasião, mas Fachin entendeu que, como ele dispõe de foro privilegiado e não foi flagrado cometendo crime inafiançável, não deveria ser preso. Desde então, Janot fez mais dois pedidos de prisão de Aécio Neves, o último deles no início desta semana.

 

Apoio ao governo

Defensor da saída do PSDB da base do governo Temer, Tasso Jereissati disse que o partido, que está no comando de quatro ministérios, não faz questão dos cargos. “Se o presidente da República quiser tirar todos os nossos ministros é problema dele. O partido não faz questão desses ministérios, que fique bem claro”, ressaltou.

Apesar disso, Jereissati declarou apoio às reformas que estão sendo discutidas. “Nós vamos continuar, independentemente de qualquer coisa, aprovando todos aqueles projetos que são do interesse do país. Como, por exemplo, a reforma da Previdência, reforma política, reforma tributária , como nós fizemos até hoje. O que nós não precisamos é de cargo para fazer isso”, disse, destacando que nessas matérias os tucanos devem ter “votos homogêneos e maciços”.

(Com Agência Brasil)

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