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Preso pela PF, Geddel chega a Brasília e será levado à Papuda

Ex-ministro foi detido em Salvador na manhã desta sexta-feira, três dias após a PF encontrar imóvel com R$ 51 milhões dele

Por Da redação
Atualizado em 8 set 2017, 17h33 - Publicado em 8 set 2017, 17h33

Preso pela Polícia Federal em Salvador, na manhã desta sexta-feira, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) chegou às 16h a Brasília, onde ele será levado ao complexo penitenciário da Papuda. A prisão preventiva de Geddel, suspeito de lavagem de dinheiro, foi determina pelo juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara do Distrito Federal.

Vestindo roupas brancas e segurando uma mala, o peemedebista desembarcou da aeronave e caminhou rumo a um dos hangares do aeroporto da capital federal. Ele agora será levado ao Instituto Medico Legal (IML) para exames de praxe e, posteriormente, encaminhado ao presídio da Papuda.

Investigado pela Operação Cui Bono?, que apura pagamento de propinas na Caixa Econômica Federal, o ex-ministro já havia sido preso pela PF no início de julho e passou dez dias detido em Brasília, até ser mandado ao regime domiciliar pelo desembargador Ney Belo, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

A prisão cumprida hoje se dá três dias após a Operação Tesouro Perdido, em que a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão em um apartamento em Salvador emprestado a Geddel e lá encontrou 51 milhões de reais em dinheiro vivo, alocados em malas e caixas de papelão. O montante corresponde à maior apreensão de dinheiro em espécie da história do país.

De acordo com o relatório da investigação, foram encontradas impressões digitais de Geddel e do advogado Gustavo Ferraz, também preso na manhã desta sexta-feira, nas cédulas de dinheiro e nos materiais usados para armazená-las. No local, os policiais também encontraram uma nota fiscal emitida por uma funcionária do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro.

No despacho em que determinou a detenção de Geddel Vieira Lima, o juiz Vallisney Oliveira descartou a possibilidade dos valores terem origem lícita, mas ressaltou que, mesmo nessa “remota hipótese”, Geddel cometeu o crime de lavagem de dinheiro, ao ocultar os valores no imóvel. O magistrado relembrou que o fato de não haver ocorrência de lavagem foi uma das alegações usadas pelo desembargador ao determinar que o ex-ministro fosse solto.

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A prisão domiciliar, avalia Vallisney, é “completamente ineficaz diante desse novo quadro, pois não garante a eficiência da medida, como se pode notar pela dinheirama encontrada (sem documentação e sem comprovação de origem) perto da residência em que se encontra cumprindo a prisão domiciliar decretada”. “Não há, diante dessas novas circunstâncias, nenhuma possibilidade de se assegurar que o preso domiciliar esteja cumprindo e possa continuar cumprindo rigorosamente todos os requisitos da cautela”, conclui.

Procurado por VEJA, o advogado de Geddel Vieira Lima, Gamil Foppel, afirmou, em nota, que “somente se manifestará quando, finalmente, lhe for franqueado acesso aos autos, especialmente aos documentos que são mencionados no decreto prisional”. “Pesa dizer que o direito de defesa e, especialmente, as prerrogativas da advocacia, conferidas por lei, sejam tão reiteradamente desrespeitadas, impedindo-se o acesso a elementos de prova, já documentados nos autos”, concluiu.

(com Estadão Conteúdo)

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