Preso na época da Lava Jato, Chiquinho da Mangueira retorna à Alerj
Político do Solidariedade era o segundo suplente na vaga de Felipinho Ravis, nomeado secretário no governo Cláudio Castro
Velho conhecido da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Chiquinho da Mangueira (Solidariedade) retorna à Casa amanhã, terça-feira, quando toma possa na vaga de Felipinho Ravis (Solidariedade), nomeado secretário estadual de Trabalho e Renda no governo Cláudio Castro. Chiquinho foi deputado estadual por cinco mandatos seguidos, mas na última eleição terminou como segundo suplente. Com a saída de Ravis, a ordem natural é que Bernardo Rossi, atual secretário estadual do Ambiente e Sustentabilidade, assumisse a cadeira. Mas Rossi não deixará o cargo.
Em novembro de 2018, Chiquinho foi um dos sete deputados presos pela Polícia Federal dentro Operação Furna da Onça, um desdobramento da Lava Jato no Rio. “O meu retorno (à Alerj) me dá conforto frente à covardia que fizeram comigo. Cometeram uma injustiça com pessoas erradas, e o meu processo está para ser arquivado no TRE”, afirma Chiquinho. A investigação da PF apontava a existência de um “mensalinho” na Alerj: o grupo receberia propinas mensais que podiam variar entre R$ 20 e R$ 100 mil para votar de acordo com os interesses do governo Sérgio Cabral. O esquema teria movimentado R$ 54 milhões e também teria envolvido loteamento de cargos públicos, principalmente no Detran.
Na época, Chiquinho era também presidente da Mangueira. Em janeiro de 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu ao político prisão domiciliar. Em 2021, a ação penal da Furna da Onça foi encaminhada pela Justiça Federal para a Justiça Eleitoral.
Chiquinho diz que sua atuação na Alerj continuará pautada “no esporte, na cultura e na atividade social”. Ele hoje é responsável pelos programas sociais capitaneados pela Mangueira, e para tomar posse como deputado deixará um cargo de assessor especial na Secretaria estadual de Educação. “Eu era responsável na secretaria por fazer vistorias nas escolas do estado. Ver se os prédio estão em bom estado, se precisam de reparos, se havia alguma necessidade urgente”, conta ele.
Sobre se voltará a se candidatar em 2026, diz ter dúvidas. Prestes a completar 69 anos e deputado por 20 anos, ele afirma que tem um processo de aposentadoria tramitando na Alerj. “Vai depender muito da conjuntura ser candidato”, resume.