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Presidente do PSL nega que deixará partido e não comenta sobre Bebianno

Luciano Bivar reafirmou que bancada do partido não está rachada e que presidente tem o direito de nomear ou destituir um ministro

Por Estadão Conteúdo
20 fev 2019, 14h17

O presidente nacional do PSL, Luciano Bivar (PE), negou que esteja avaliando deixar o partido ou que tenha sido incentivado a sair da legenda após a última crise envolvendo o Palácio do Planalto e de denúncias sobre supostas candidaturas laranjas pelo PSL em seu estado. “Não penso em deixar o partido”, disse Bivar a jornalistas.

Ele negou também que este tema tenha sido tratado com o presidente Jair Bolsonaro em encontro realizado na manhã desta terça-feira, 19. “Estamos vivendo em um estado de direito onde as instituições partidárias estão funcionando perfeitamente. Acho que o partido está muito bem, está muito unido. Você veja na votação de ontem, a distorção, por incrível que pareça, foi um voto errado meu”, disse. “Estamos em mar tranquilo”, completou.

Na sessão realizada nesta terça, Bivar deu apoio ao pedido de urgência para votar o projeto que derrubou decreto do vice-presidente Hamilton Mourão sobre classificação de documentos ultrassecretos do governo. Além dele, outro parlamentar do PSL – o deputado Coronel Tadeu (SP) – foi contra a orientação do Palácio do Planalto. Mais cedo, o deputado havia se reunido com o próprio Bolsonaro, no Planalto. Saiu do encontro dizendo que teve um “almoço cordial”. Bivar disse que se enganou e votou errado.

Há dúvidas sobre a capacidade de Bolsonaro formar uma base no Congresso, principalmente dentro do seu próprio partido, para conseguir os 308 votos necessários para aprovação da reforma da Previdência. “Eu acredito que o governo vai conseguir (308 votos), porque não é um problema do governo, é um problema do país”, disse Bivar. Em relação à divergência interna do PSL sobre a votação de terça, ele disse ainda que “são projetos pequenos que não têm nada a ver com a reforma da Previdência”. Ele bateu na tecla de que a legenda não está rachada e que há muita unidade na bancada.

Bivar defendeu ainda o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), que é deputado eleito da bancada e também está envolvido em denúncias sobre supostas candidaturas laranjas. “O ministro do Turismo é um cara corretíssimo e o Jair deve muito ao esforço dele”, disse.

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Em relação ao ex-ministro Gustavo Bebianno, Bivar desconversou e não quis comentar o assunto. “Esse é um assunto do Planalto e um direito de um presidente de nomear ou destituir um ministro. Não cabe ao parlamento discutir esse assunto”, disse.

Bivar participou da entrega do texto da reforma da Previdência no gabinete do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma pequena explanação sobre o projeto. “Estamos todos imbuídos de atender o Brasil nas reformas necessárias”, disse. “Militares estão dentro da reforma, eles vão contribuir também. Acredito que do jeito que está em 90 dias esse projeto já pode estar na pauta para promulgação”.

‘Página virada’

O filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), afirmou, nesta quarta-feira 20, que a crise gerada em torno do ex-ministro Bebianno é “página virada” e negou possíveis mudanças no partido após as polêmicas.

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Flávio disse, ainda, que Bivar seguirá na presidência da legenda, apesar dos rumores de que a família Bolsonaro queria afastá-lo diante das suspeitas de uso de candidaturas “laranjas” na eleição do ano passado em Pernambuco e Minas Gerais.

“Só porque uma pessoa é acusada, não significa que é culpada”, declarou. O próprio Flávio é investigado no caso Queiroz. Em relação a Bebianno, disse que preferia não comentar e que a imprensa “poderia ajudar” ao não tocar mais no assunto, porque disse que é uma questão que “machuca todo mundo”, citando o pai e Bebianno.

Sobre a reforma da Previdência, que foi entregue por Jair Bolsonaro nesta quarta-feira ao presidente da Câmara Rodrigo Maia, o senador disse que “o Congresso está consciente de que ou o país aprova a reforma ou o país quebra”.

Questionado sobre a derrota na votação desta terça-feira, 19, da Câmara, que derrubou o decreto editado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, Flávio Bolsonaro minimizou e afirmou que “não tem recado” dos deputados ao governo e que a forma de política de Bolsonaro é “diferente”, com base no convencimento e não no “toma-lá-dá-cá”.

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