Presidente da CCJ diz que Moro irá à Câmara na próxima terça
Moro deveria comparecer ao colegiado nesta quarta, mas no fim de semana avisou que estaria em viagem aos Estados Unidos na mesma data
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), informou nesta terça-feira, 25, que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, comparecerá ao colegiado na próxima terça-feira, 2, às 14h. Ele deverá prestar esclarecimentos sobre as supostas conversas com procuradores da força-tarefa da Lava Jato reveladas pelo site The Intercept Brasil.
De acordo com Francischini, a comissão deverá votar nesta quarta-feira, 26, o requerimento de convite que será apresentado pelo deputado Darcísio Perondi (MDB-RS) e a ida do ministro está combinada com sua assessoria.
Moro deveria comparecer ao colegiado nesta quarta, mas no fim de semana avisou que estaria em viagem aos Estados Unidos na mesma data. O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) protocolou nesta terça um requerimento de informações para que o ministro explique os motivos de sua viagem.
Em audiência nesta terça-feira na Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara dos Deputados, o jornalista Glenn Greenwald disse que Moro, não negou, em nenhum momento, a veracidade das mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil, envolvendo o então juiz federal e o procurador Deltan Dallagnol. “Ele disse apenas que o material poderia ter sido alterado”, afirmou.
Greenwald afirmou que ficou “chocado” quando teve contato com o material enviado à equipe do site por uma fonte anônima. Ele disse que, “em qualquer país democrático”, Moro sofreria consequências graves, como perda do cargo de ministro ou proibição para exercer a função pública. “Esse material vai continuar sendo reportado e ele [Moro] não pode fazer nada para impedir isso”, disse.
Na sessão desta terça-feira, o jornalista também rebateu as declarações de que o conteúdo foi obtido de forma ilegal. Greenwald disse que “não tem importância nenhuma” o método utilizado por uma fonte para obter uma informação. “O jornalismo mais importante nas ultimas décadas foi baseado em informações e documentos muitas vezes roubados”, afirmou.
(Com Estadão Conteúdo)