PM que socorreu Bolsonaro no dia da facada disputará governo de MG
Paulo Tristão pretende se lançar candidato ao Palácio da Liberdade pelo PMB. Ele afirma que não pretende usar o atentado como propaganda eleitoral
O PMB decidiu lançar nesta semana a pré-candidatura do policial militar Paulo Tristão ao governo de Minas Gerais. Tristão é cabo na corporação e ficou mais conhecido no estado por ter ajudado a prestar socorro ao presidente Jair Bolsonaro no dia do atentado à faca em Juiz de Fora, na campanha de 2018.
Tristão se juntará à uma disputa bastante estratégica, mesmo porque o estado representa o segundo maior colégio eleitoral do país. O militar concorrerá ao cargo com o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) e com o governador Romeu Zema (Novo), que tentará a reeleição. Até agora, Zema tem levado vantagem e está na liderança da corrida ao Palácio da Liberdade, segundo pesquisas recentemente divulgadas.
“Sou servidor público há mais de 15 anos. Estamos há anos sofrendo com decisões arbitrárias. Sempre colocam a culpa no funcionalismo público. Percebi que decisões legislativas influenciam muito pouco na nossa vida. Acabamos ficando muito a mercê da boa vontade dos executivos para que façam aquilo que precisamos”, disse o PM, ao explicar os motivos que o levaram a disputar o governo.
O PMB é um partido nanico. A pequena estatura, porém, não preocupa Tristão, que se diz amparado por um grupo de empresários. “O PMB foi o partido que me deu tranquilidade para trabalhar”, afirmou. “Já trabalho essa candidatura há 5 anos. Nosso grupo é formado por servidores e empresários em todas as regiões de minas”, acrescentou. A legenda, que tenta mudar de nome junto à Justiça Eleitoral, quase abrigou Bolsonaro antes de o presidente migrar para o PL, de Valdemar da Costa Neto.
O comando estratégico e de marketing da pré-campanha de Tristão ficará a cargo de um nome já conhecido na política: Michel Winter. Atualmente, ele é marqueteiro do pré-candidato do PROS à Presidência, Pablo Marçal. Seu currículo na área é extenso. Winter fez parte da equipe de campanha de Bolsonaro nas eleições de 2018 e coordenou uma série de outras campanhas bem sucedidas naquele ano, como as de Zema, em Minas, e a de Wilson Witzel ao governo do Rio.
O policial decidiu que apoiará Marçal à Presidência. Disse que se identificou com os projetos do pré-candidato do PROS. “Eu e o Pablo podemos não ser perigosos como os grandes tubarões. Mas quando conhecerem nossos projetos, Minas vai perceber que as pessoas quese apresentam não preparadas para governar”, sustentou.
Não é a primeira vez que o PM tenta ingressar na vida pública. Em 2018, ele disputou uma vaga fr deputado federal pelo PSL, mesmo partido ao qual Bolsonaro estava filiado naquela época. Naquele período, conquistou pouco mais de 9 mil votos.
“Nunca me autopromovi por ter participado de alguma maneira no dia da facada do presidente. Minha ajuda foi técnica. Isso não me abona em nada além do que eu realmente sou”, disse Tristão, ao negar que vá explorar eleitoralmente o socorro qure prestou a Bolsonaro no dia da facada.