PL opta por silêncio no dia 8 de janeiro e não realizará ato por anistia de presos
Decisão ocorre depois de o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes da cúpula de seu partido serem indicados pela Polícia Federal no inquérito no golpe

Enquanto o governo Lula prepara um ato para homenagear a democracia no próximo dia 8 de janeiro, o oposicionista PL, cuja cúpula foi indiciada pela Polícia Federal (PF) no inquérito do golpe, deve manter silêncio na data. O partido comandado por Valdemar Costa Neto não pretende realizar qualquer ação em defesa da anistia de quem está preso em razão da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. Das 741 pessoas acusadas de participar da quebradeira na Praça dos Três Poderes, 265 foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão e destruição de patrimônio público. “Não tem nada programado”, afirma o deputado federal Altineu Côrtes, líder do PL na Câmara.
Os atos antidemocráticos de dois anos atrás foram o ponto de partida para o início de investigações que colocaram Jair Bolsonaro e quadros do PL na mira da Polícia Federal, sob a suspeita de tramarem um golpe de Estado. Em novembro passado, o ex-presidente e várias pessoas próximas a ele foram indiciadas. Entre elas, o general Walter Braga Neto, então candidato a vice na chapa bolsonarista em 2022, e o próprio Valdemar Costa Neto. O indiciamento significa que os investigadores consideram haver fortes indícios da participação deles na suposta intentona contra Lula.
Convite à cúpula do Congresso
Do outro lado da trincheira, o presidente Lula convidou os atuais comandantes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para participar da solenidade sobre o 8 de janeiro. Ambos estão prestes a deixar os respectivos cargos. O Planalto também chamou os favoritos para suceder os dois congressistas: o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador David Alcolumbre.
No ano passado, o governo também realizou um ato para celebrar da data. A manifestação aconteceu no Congresso e teve forte cunho político. Naquela ocasião, Lira preferiu não marcar presença. A decisão de convidar Motta e Alcolumbre faz parte de uma estratégia de Lula de estreitar laços com a futura cúpula do Legislativo.