PF faz nova ação contra corrupção no Ministério da Agricultura
Foram cumpridos 51 mandados, entre eles um de prisão preventiva e dez de prisões temporárias, nos estados de Minas Gerais, Maranhão e Tocantins
A Polícia Federal cumpre nesta quarta-feira mandados referentes à segunda fase da Operação Lucas. Batizada de Vegas, a ação desta manhã tem como alvo crimes de corrupção supostamente cometidos por servidores do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento e por frigoríficos e laticínios localizados nos municípios de Araguaína, Nova Olinda e Gurupi — todas localizadas no Tocantins.
Foram deslocados 115 policiais federais para o cumprimento de 51 mandados judiciais, sendo que há uma prisão preventiva e dez prisões temporárias previstas. Também serão cumpridos doze mandados de condução coercitiva e 28 mandados de busca e apreensão nos estados do Maranhão e Minas Gerais e nos municípios tocantinenses de Araguaína, Gurupi, Palmas e Paraíso do Tocantins. Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, cujas penas podem chegar a doze anos de prisão.
A PF informou que a operação foi batizada em alusão a um diálogo interceptado, no qual um dos investigados afirma que tudo que se passa em Vegas fica em Vegas.
Histórico
Em maio, a PF deflagrou a Operação Lucas para apurar denúncias de que frigoríficos e empresas de laticínios fiscalizados pelo Ministério da Agricultura teriam sido favorecidos em processos administrativos. Utilizando recursos como quebra de sigilo fiscal e bancário, a PF apurou que a então chefe de Fiscalização do Ministério da Agricultura recebia, de empresas fiscalizadas pelo órgão, valores mensais para as suas despesas pessoais.
À época, a PF informou que o esquema criminoso movimentou cerca de três milhões de reais entre os anos de 2010 a 2016. A Justiça também determinou o bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens avaliados em cerca de 2,2 milhões de reais.