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PF deflagra segunda fase de operação que investiga fim da Castelo de Areia

Agentes cumprem busca e apreensão em escritórios de advocacia em São Paulo e Brasília; ação apura pagamento de propina para enterrar investigação

Por Da Redação 29 nov 2019, 09h19

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira, 29, uma nova fase da Operação Appius, que mira supostos pagamentos de propina na anulação Operação Castelo de Areia. Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão em duas sedes de escritórios de advocacia de São Paulo e de Brasília integrados por investigados. A ação é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF).

A primeira fase da operação ocorreu no último dia 7 de novembro com o intuito de investigar supostas propinas pagas pela empreiteira Camargo Corrêa a agentes públicos com o objetivo de suspender e anular a Castelo de Areia. Na ocasião, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em São Paulo e em Fortaleza, expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Entre os alvos da operação estava o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, o ex-ministro Cesar Asfor Rocha. O magistrado negou que seu escritório tenha sido alvo de busca e apreensão pela PF e chamou Palocci de “delinquente“.

Desencadeada em abril de 2009 e anulada em 2011, a Castelo de Areia investigava suposto esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes financeiros e repasses ilícitos para políticos, não só em épocas eleitorais, envolvendo três executivos da Construtora Camargo Corrêa.

A Operação Appius tem base na delação de Antônio Palocci, ex-ministro dos governos petistas. No acordo que Palocci firmou com a PF, ele envolveu doze políticos e dezesseis empreiteiras em transações supostamente criminosas. Muitas das revelações presentes na delação foram antecipadas por VEJA em reportagens publicadas em 2017, como a operação petista para sepultar a Operação Castelo de Areia no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo o delator, a empreiteira pagou 50 milhões de reais em propinas, na forma de doação eleitoral, para Dilma Rousseff (PT) em 2010 e outros políticos do partido.

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O MPF afirma que “as diligências realizadas hoje, autorizadas pela Justiça Federal em São Paulo, mostraram-se necessárias diante de circunstâncias atípicas verificadas durante o cumprimento de outras medidas investigativas, como por exemplo a ausência de computadores na(s) residência(s) do(s) advogado(s) investigado(s), embora ali houvesse impressoras, cabos de rede e de energia e monitores, além da formatação de celulares com apagamento de dados e de outros fatos que denotaram possíveis ações de ocultação de elementos relevantes à apuração”. As diligências estão sendo cumpridas com o acompanhamento de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

(Com Estadão Conteúdo)

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