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Para novo ministro da Educação, quem ‘sabe ler e escrever não vota no PT’

Abraham Weintraub também defendeu a interrupção do pagamento do Bolsa Família aos pais de aluno que agredir professor

Por Da Redação Atualizado em 10 abr 2019, 15h27 - Publicado em 10 abr 2019, 10h19

Para o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, impedir a volta do PT ao poder é uma estratégia que deve envolver a pasta que acabou de assumir. “Uma pessoa que sabe ler e escrever e tem acesso à internet não vota no PT. A matemática é inimiga do obscurantismo. Eu não sou contra o petista. Tenho amigos que são petistas. Pessoas boas que não conseguem se livrar. Eu converso com as pessoas. Não é que eu tenho: ‘ah, demônio!’ Agora, sou contra o obscurantismo”, disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Weintraub falava sobre o enfrentamento ao chamado “marxismo cultural” e das ligações que ele vê entre “grandes conglomerados” e a esquerda. Entretanto, o novo ministro não quis explicar a relação entre o PT e uma alegada necessidade de se contar uma “versão correta da história”. “Não queria falar do PT. Esse movimento totalitarista obscurantista busca destruir a história. Se você não conhece a história e de onde você veio, não se conhece. E, quando não se conhece, não tem tanta convicção de lutar pelo que é certo.”

O ministro também evitou dizer se sua avaliação envolve rever a forma como a ditadura militar é contada nos livros didáticos — ideia defendida por seu antecessor, Ricardo Vélez Rodríguez. “O momento é de entregar resultado. Não quero entrar nessa discussão agora. Evidentemente que houve ruptura em 1964. Mas essa ruptura foi dentro de regras. Houve excessos? Houve. Pessoas que morreram? Sim. É errado? É e infelizmente ocorreu. Mas num dia de protesto na Venezuela morreu mais gente do que em todo o período de regime.”

Na entrevista, Weintraub ainda defendeu a interrupção do pagamento do Bolsa Família de pais de alunos que agridem professores — o problema da disciplina nas escolas é citado no programa de governo de Jair Bolsonaro. “Se o aluno agride, o professor tem de fazer boletim de ocorrência. Chama a polícia, os pais vão ser processados e, no limite, tem que tirar o Bolsa Família dos pais e até a tutela do filho. A gente não tem que inventar a roda. Tem que cumprir a Constituição e as leis ou caminhamos para a barbárie.”

Ao falar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o ministro disse que vai manter o cronograma da prova, apesar da falência da gráfica responsável pela impressão do exame e descartou que o presidente possa ter acesso às questões com antecedência. “Falarei que garanto que não haverá nenhum problema. Se sair um Enem todo errado, todo torto, sou o culpado e o presidente tem de me dar reprimenda ou me tirar do cargo. É assim que funciona.”

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