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Paes sinaliza a Lula que vai apoiá-lo, mas descarta Freixo

Depois de ser adiado, encontro aconteceu nesta segunda-feira, em São Paulo; prefeito do Rio reiterou candidatura de Felipe Santa Cruz

Por Caio Sartori Atualizado em 22 jun 2022, 09h42 - Publicado em 21 jun 2022, 19h13

A aguardada conversa entre o ex-presidente Lula e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, se deu nesta segunda-feira, 20, em São Paulo. Ao petista, segundo interlocutores, o presidente do PSD-RJ reiterou que manterá a candidatura de Felipe Santa Cruz ao governo do estado, descartando uma composição com Marcelo Freixo (PSB), o nome apoiado pelo PT. Paes, no entanto, deixou claro que quer pedir votos para Lula na eleição presidencial e se colocou à disposição para ajudar na união nacional entre as siglas – gesto recebido no partido do presidenciável como uma demonstração de consciência da atual situação do país e da conjuntura política. 

Ao aliado dos tempos em que o Rio se preparava para os grandes eventos, o carioca pintou Santa Cruz, ex-presidente da OAB, como uma figura-chave nas críticas à Lava-Jato e na resistência ao governo de Jair Bolsonaro (PL). Também destacou a missão de construir o PSD em terras fluminenses, projeto que passa por ter um candidato a governador que represente na campanha os valores do partido e ajude a impulsionar uma bancada robusta de deputados. 

Lula tem pressa para formalizar o palanque no berço do bolsonarismo – o presidente Jair Bolsonaro apoia o atual governador, seu correligionário Cláudio Castro (PL). Nesta semana, avisou a seus interlocutores locais que quer ir ao estado ainda este mês para lançar a chapa que, caso a família Maia mantenha sua convicção atual, caminha para ter Freixo de candidato a governador, Cesar Maia (PSDB) de vice e o petista André Ceciliano na disputa pelo Senado.

O presidenciável não tem dado sinais de que integraria um palanque duplo. Se a configuração ficar assim e o PSD compuser mesmo a aliança nacional de Lula, Santa Cruz exerceria no Rio um papel parecido com o de Marília Arraes (Solidariedade) em Pernambuco, por exemplo. Lá, o PT apoia um candidato do PSB, mas tem uma outra postulante ao governo local em campanha pelo petista – e de um partido coligado na eleição presidencial.  

A grande novidade da chapa lulista, claro, ficaria por conta da presença do ex-prefeito e pai de Rodrigo Maia como vice, que desempenharia para Freixo um aceno ao centro na linha do que Geraldo Alckmin (PSB) representa para Lula. Na última semana, o apadrinhado do ex-presidente chegou a postar uma foto ao lado de Cesar, desejando a ele feliz aniversário e “muita força para colocar o Rio de Janeiro de pé”. Ainda há, porém, relutância em cravar se isso já estará definido até a viagem do petista, que acontecerá no máximo até os primeiros dias de julho.

O ex-presidente da Câmara é quem comanda hoje o PSDB no Rio e acredita que estar na chapa do pessebista é uma forma de retomar sua importância na oposição a Bolsonaro, além de conquistar poder no estado em caso de vitória. Até então, o acordo do partido era para estar com o grupo de Paes, do qual Maia é aliado. Esse desenho ainda não é descartado, mas hoje a família de Cesar e Rodrigo está mais para o lado de Freixo.

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