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O triste fim da CPI do MST

Governo Lula consegue substituir sete parlamentares e conquista a maioria no colegiado que dava dor de cabeça ao Palácio do Planalto

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 ago 2023, 18h10 - Publicado em 9 ago 2023, 17h56

O governo do presidente Lula conseguiu nesta quarta-feira, 9, reverter a maioria parlamentar oposicionista na composição da CPI do MST e, a partir de uma dança de cadeiras entre deputados, deve contar com pelo menos 17 dos 27 votos entre os membros titulares do colegiado. Na prática, a nova formação esvazia um dos principais flancos de desgaste do Executivo no Congresso e diminui as chances de serem levados adiante depoimentos de testemunhas dispostas a expor a violência envolvendo os movimentos sociais nas invasões de fazendas. Sem maioria, a oposição perde o controle do dia a dia da CPI e enterra a possibilidade votar diligências mais sensíveis, como a quebra de sigilos bancários de alvos simpatizantes do governo ou de aprovar um relatório final desfavorável à base de sustentação do presidente.

O MST apoiou a campanha eleitoral petista, conquistou cargos no governo e, a despeito da retomada das invasões de propriedades privadas produtivas, conta com amplo apoio do primeiro escalão lulista.

Pelos cálculos de integrantes da CPI, houve a debandada de sete parlamentares que votavam com a oposição e que serão substituídos por governistas. Com a ajuda do Centrão, o governo conseguiu que Republicanos e União Brasil retirassem cada um dois deputados afinados com oposicionistas. A troca de membros titulares também incluiu parlamentares do PP e do PL.

A derrota da oposição começou a ser desenhada na manhã de hoje, quando o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), anulou requerimento que já tinha sido aprovado pelo colegiado para convocar o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. A CPI também tinha decidido convocar o ministro do Desenvolvimento Agrário Paulo Teixeira e o líder do MST João Pedro Stedile. A sessão de hoje foi cancelada e os parlamentares não decidiram se irão manter as convocações.

O presidente da CPI Luciano Zucco (Republicanos-RS) atribuiu a reviravolta a “motivos meramente políticos” e estimou que os oposicionistas devem ter dificuldades para atingir até a maioria simples de votos. “Vamos agora pautar os requerimentos, convites, convocações já aprovados e vamos tocar a CPI. Vamos dialogar com líderes e com o presidente Arthur Lira para chegarmos a um entendimento e votarmos um relatório efetivo da CPI”, afirmou.

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