O suposto dossiê de Fabrício Queiroz
Pivô do escândalo das rachadinhas, amigo da família Bolsonaro foi convencido a desistir de disputar cargo de deputado federal e concorrerá vaga na Alerj
Pouco satisfeito com o fato de ter sido obrigado a desistir de disputar uma vaga deputado federal, o ex-policial militar Fabrício Queiroz, amigo da família Bolsonaro, concorrerá nas eleições deste ano ao cargo de deputado estadual pelo PTB. Recentemente, ele confidenciou a uma pessoa próxima que estava passando por dificuldades financeiras, que se sentia pressionado e abandonado pelos amigos. Contou também que tinha medo de sofrer eventuais retaliações diante dos segredos que guarda para proteger a família. Por isso, ele teria montado uma espécie de dossiê, com os registros de tudo o que considerava importante, e enviado a Brasília.
O ex-PM nega veementemente tudo isso. Para alguns, a notícia sobre a existência desse material soou como uma ameaça velada. Para outros, como um tipo de chantagem. Queiroz ficou conhecido em razão do escândalo da rachadinha. Segundo o MP, Queiroz confiscou parte dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro durante quatro anos. O ex-PM chegou a ser preso. Pouco tempo depois, o processo foi anulado por questões técnicas e o pivô do esquema foi posto em liberdade.
Queiroz tinha certeza de que contaria com o apoio da família do presidente Bolsonaro em torno de seu projeto de disputar a vaga de deputado federal. A ideia inicial era explorar politicamente a proximidade que tem com o clã bolsonarista, mesmo porque o Rio de Janeiro é o berço político da família.
O plano, no entanto, foi por água abaixo. Pouco antes do registro das candidaturas, Queiroz foi convencido a concorrer a uma vaga na Alerj, onde, teoricamente, teria mais chances de sucesso. Ele aceitou o conselho, mas não ficou nem um pouco satisfeito com o desfecho da situação.