“O retrato da bancada do Republicanos é a pluralidade”, diz o ministro Silvio Costa Filho
Partido, que tem votado com o governo e abriga expoentes do bolsonarismo, é cotado para ganhar mais um ministério

Filiado ao Republicanos, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, diz que o partido prima “pela democracia interna”. Como mostrou VEJA nesta sexta-feira, a legenda está prestes a conquistar a presidência da Câmara, na figura do paraibano Hugo Motta, mas convive com ruídos internos. O presidente nacional do Republicanos e bispo licenciado da Universal, Marcos Pereira, estaria enfrentando o descontentamento da chamada “ala do altar”, de religiosos da “velha-guarda” da igreja, que reivindicam mais participação em decisões políticas. Costa Filho afirma não saber do racha, mas garante: “Nunca houve mistura entre partido e igreja e entre igreja e partido no Republicanos”.
Ligado ao presidente Lula, Costa Filho é o único ministro do Republicanos no governo. Outras fontes do partido dizem esperar que a legenda ganhe mais uma pasta na Esplanada, assim como vêm negociando o PSD e o União Brasil. São cobiçados na reforma ministerial aguardada os ministérios de Minas e Energia e Agricultura. Nos corredores do Planalto, há conversas também sobre o partido ocupar o de Relações Institucionais, hoje com o petista Alexandre Padilha.
O Republicanos, embora abrigue expoentes do bolsonarismo, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem como vantagem o apoio ao governo no Congresso. Costa Filho diz não participar dessas conversas, mas defende o peso do Republicanos. “O grande ativo do partido liderado por Marcos Pereira é o respeito à democracia interna. O Republicanos é um partido do centro democrático que vem ajudando o Brasil nas pautas importantes, como nas reformas trabalhista e tributária e no novo marco legal do saneamento”, ressalta o ministro a VEJA.
De Pernambuco e de centro-esquerda, ele ainda destaca que o Republicanos vive um momento de expansão. “O retrato da nossa bancada é a pluralidade, com representantes de direita, de esquerda e de centro. E a maioria dos deputados federais não é da igreja”, diz ele, acrescentando. “O partido tem dois momentos: um antes de Marcos Pereira e outro depois de Marcos Pereira.”
A expectativa é que a abertura promovida por Pereira leve a legenda a aumentar a sua bancada de 44 deputados federais nos próximo meses. “Em pouco menos de dez anos saímos de oito para contar, em breve, com mais de 50 deputados federais”, aposta o ministro.