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‘Não estou acima do bem e do mal, só quero Justiça’, afirma Lula

Ex-presidente diz a sindicalistas que não é dono de imóvel no Guarujá, que acusação é mentirosa e sem provas e que sua postura é de ‘desafiar a injustiça’

Por Da Redação Atualizado em 23 jan 2018, 16h08 - Publicado em 22 jan 2018, 20h49

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira que é inocente no processo em que é acusado de ser o proprietário oculto de um tríplex no Guarujá – condenado à prisão em primeira instância pelo juiz Sergio Moro, ele terá seu recurso julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) na quarta-feira, 24 – e afirmou que vai manter a sua candidatura a presidente da República na eleição deste ano para “desafiar a injustiça”.

“Não estou acima do bem e do mal, só quero Justiça”, afirmou. “A Justiça pressupõe um processo, acusação, investigação. Neste processo, sou julgado por ter um apartamento que não é meu. Não sou dono do apartamento e não posso ser julgado por isso”, declarou. “A acusação é mais mentirosa que o inquérito. Moro deveria ter recusado a ação”, disse durante reunião com sindicalistas no Instituto Lula, em São Paulo.

Ele voltou a afirmar que o Ministério Público Federal (MPF) não tem provas para sustentar a acusação que faz contra ele. “Estou pedindo uma prova há tanto tempo, podem ir à TV me desmoralizar”, disse o ex-presidente. “Eles [procuradores] não têm como sair da mentira que contaram”, disse. “Quero, em algum momento, que eles peçam desculpas.”

Lula explicou que adotou esta postura de manter sua candidatura independente do resultado do julgamento para “desafiar a injustiça” no país. “Se acharam que me pegariam para tentar evitar que eu fosse candidato, reviraram minha casa, meu colchão foram no Instituto Lula e não encontraram nada. Me insurgi porque alguém tem que ter coragem neste país de brigar, a democracia é uma obrigação de todos”, afirmou.

Algumas ações de seu governo, como a construção do porto de Mariel, em Cuba, e financiamentos brasileiros em projetos na África, foram lembrados pelo ex-presidente para apontar que as razões dos processos contra ele podem ser ideológicas. “Chego a pensar que o julgamento não é pessoal, é contra o tipo de governo que fizemos”, disse.

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Porto Alegre

Lula confirmou que irá a Porto Alegre na terça-feira, dia 23, véspera do julgamento de seu recurso no TRF4, para “agradecer a solidariedade do povo”. Ele queria ser ouvido na sessão que analisará o seu recurso, no dia 24, mas teve o pedido negado pelos desembargadores. O petista deve acompanhar a sessão de São Paulo.

(Com Estadão Conteúdo)

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