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‘Nada dura para sempre’, diz Moro sobre fim da Operação Lava Jato

Ministro afirma, no entanto, que o país não pode permitir retrocessos no combate à corrupção ‘nem incorporar certos discursos que não fazem sentido’

Por Da Redação Atualizado em 11 out 2019, 12h55 - Publicado em 11 out 2019, 12h36

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta sexta-feira, 11, em evento em São Paulo, que, mesmo após o eventual fim da Operação Lava Jato, o país não pode permitir retrocessos no combate à corrupção e que esse compromisso tem de ser encarado por todas as instituições, não só pelo Ministério Público Federal e pela Justiça.

“O que está em jogo não é a Lava Jato, é uma força-tarefa que tem começo, meio e fim. Nada dura para sempre, mas não podemos retroceder nesses avanços, virar de costas e incorporar certos discursos, que não fazem sentido”, afirmou. “Há analistas que dizem que a Lava Jato é culpada por problemas econômicos. Ah, pelo amor de Deus. É a velha história de culpar o policial por descobrir o cadáver do assassinato”, disse.

Segundo ele, “existem grandes desafios que são permanentes, tanto no avanço contra a corrupção como contra a criminalidade”. “(Podem achar) que não é tarefa do governo federal, que cabe à Lava Jato, mas temos de avançar de forma institucional, como país, contra a corrupção, contra a criminalidade, que ajuda no ambiente de negócios”, afirmou. Ele disse, ainda, que a operação ajudou a “resgatar a autoestima dos brasileiros”.

Moro ressaltou que permanece “firme nas crenças que tinha no passado”. “Precisamos avançar e não retroceder, é um grande desafio, que não pode ser encarado só quando o governo age sozinho, precisamos de apoio de outras instituições e igualmente da sociedade”, disse o ministro, aplaudido pela plateia no segundo dia do Fórum de Investimentos Brasil 2019, organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

O ministro voltou a exaltar o recuo nos crimes ocorridos no Brasil desde o início da sua gestão, citando estatísticas oficiais que revelam queda “significativa” entre os principais tipos de ações criminosas. “Crime cresceu nos últimos 20 anos mesmo em períodos de boa situação econômica. Impunidade segue sendo um grande problema. Grande desafio é tornar permanentes as quedas nos índices de criminalidade. Os números remanescentes ainda são muito ruins”, ponderou Moro.

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O ex-juiz também defendeu uma atuação mais presente do governo federal junto aos entes estaduais no combate à criminalidade. “O governo federal não pode ignorar criminalidade na rua, que é responsabilidade da Polícia Militar. Estamos montando força tarefa federal, estadual e municipal em cidades mais violentas”, observou o ministro.

Moro, que é recorrentemente citado como potencial candidato à Presidência da República em 2022, tem como prioridade de sua gestão aprovar o pacote anticrime, que vem enfrentando dificuldades em sua tramitação no Congresso. Vários pontos, como a prisão em segunda instância e o excludente de ilicitude (que flexibiliza punição a policiais que matarem em serviço) foram retirados pelos deputados federais.

Para tentar reverter isso na votação no plenário, o governo lançou uma campanha publicitária sobre o tema, mas ela foi vetada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por não configurar publicidade de programa ou iniciativa de governo, mas de projetos de lei que ainda estão em discussão no Congresso e podem ser alterados ou rejeitados.

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