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Na Assembleia de SP, PT e PSL se unem contra PSDB por CPI da Dersa

Partidos querem comissão para apurar histórico de suspeitas envolvendo a estatal, responsável por grandes obras de infraestrutura no Estado de São Paulo

Por Da Redação
Atualizado em 29 mar 2019, 15h37 - Publicado em 29 mar 2019, 11h25

Inimigos mortais no pleito do ano passado, o PT e o PSL se uniram a uma causa comum na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp): a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigue as suspeitas de corrupção na Dersa, estatal paulista de engenharia, durante os governos do PSDB.

Pelo regimento da Alesp, existem duas formas de instaurar uma CPI. Cinco comissões do tipo são automaticamente instaladas, independentemente do número de apoios, a partir da ordem cronológica de registro. No começo da legislatura, há quinze dias, petistas e pesselistas tentaram registrar comissões, mas acabaram ficando de fora da relação inicial por uma estratégia tucana.

Líder do governador João Doria (PSDB) na Assembleia, o deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB) colocou assessores na fila do protocolo por mais de sessenta horas, para evitar que a CPI da Dersa fosse instalada.

O resultado é que, pela ordem de apresentação, os parlamentares paulistas investigarão a Barragem Salto Grande, os pet shops, a Fundação para o Remédio Popular (Furp), as universidades e o táxi aéreo. A primeira proposta sobre a estatal, da deputada Beth Sahão (PT), foi apenas a 12ª protocolada. A do líder do PSL, Gil Diniz, ficou no 22º lugar.

As cinco comissões já foram instaladas pelo presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), reeleito com o apoio do PT contra Janaína Paschoal (PSL). Como plano B, os oposicionistas partiram para a coleta de apoios. Se tiverem 32 assinaturas e o voto de 48 deputados em plenário, conseguirão que a CPI sobre a estatal de engenharia seja a sexta da casa.

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Até a tarde desta quinta-feira, 28, os parlamentares de PT e PSL estimavam já ter mais de trinta assinaturas, distribuídas entre deputados estaduais de onze partidos. Entre os apoiadores estão deputados de Avante, DEM, Novo, PP, PR, Pros, PSOL, PCdoB e Rede, além das legendas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o deputado estadual Paulo Fiorilo (PT), o projeto com as novas assinaturas será protocolado nesta sexta, 29, e vai à discussão com os líderes das bancadas na próxima semana. “Como o PSDB protocolou onze CPIs para evitar a investigação da Dersa, vamos buscar a instalação da sexta comissão, para esclarecer a corrupção que assola o estado envolvendo políticos tucanos”, afirmou.

Tanto PT quanto PSL ameaçam obstruir todos os projetos de interesse do governador João Doria caso a CPI da Dersa não seja instalada na Casa.

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Investigação

Preso em Curitiba em um inquérito da Operação Lava Jato, o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, é ex-diretor da Dersa e foi condenado a 145 anos de prisão por suspeitas de corrupção em obras da estatal, no Trecho Sul do Rodoanel e na Jacu-Pêssego.

Paulo Preto atuou na Dersa durante as gestões dos ex-governadores José Serra, Alberto Goldman e Geraldo Alckmin, todos do PSDB, e já foi citado em delações premiadas como operador financeiro para campanhas e políticos do partido. Todos negam qualquer irregularidade..

Além dele, outros ex-diretores da Dersa, como o ex-presidente da empresa Laurence Casagrande, chegaram a ser presos no ano passado e foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por suspeitas de desvios em outro trecho do Rodoanel, o Norte, cujas obras estão paralisadas há três anos.

(Com Estadão Conteúdo)

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