Moro vai com Bolsonaro ao debate e o ajuda na estratégia contra Lula
Ex-ministro fica próximo ao presidente durante encontro entre presidenciáveis na Band

O ex-juiz Sergio Moro, agora senador eleito pelo União Brasil no Paraná, está definitivamente reconciliado com o presidente Jair Bolsonaro. Ex-ministro da Justiça do atual governo, com quem rompeu acusando o presidente de tentar interferir na Polícia Federal, o ex-herói da Lava Jato foi com Bolsonaro ao debate presidencial na Band. Mais que isso: teve acesso ao presidente durante o encontro e o orientou no embate com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em especial, claro, sobre corrupção, que foi um dos temas preferidos do presidente para fustigar o petista.
Moro fez duras críticas a Bolsonaro depois que deixou o governo, chegou a prestar depoimento contra o presidente em inquérito do Supremo Tribunal Federal que investiga a suposta interferência na PF e se apresentou como um contraponto político tanto ao presidente quanto a Lula quando ainda sonhava em viabilizar a sua candidatura ao Palácio do Planalto.
Na reta final da eleição, no entanto, Moro sentiu para onde o vento estava soprando. Se aproximou novamente de Bolsonaro e passou a bater duro no PT e em Lula, comportament0 que o levou a ser eleito na reta final, quando as pesquisas indicavam um empate técnico com o seu ex-padrinho político, o senador Alvaro Dias (Podemos).
Na Band, Moro se posicionou atrás da câmera para onde Lula precisava falar quando queria se dirigir ao telespectador. Ele estava ao lado de nomes muito próximos do presidente como o filho Carlos Bolsonaro, os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fabio Faria (Comunicações) e o ex-secretário Fabio Wajngarten.
No Twitter, Moro resumiu a sua participação. “Pelo Brasil, contra a corrupção da democracia e o projeto de poder de Lula e a favor de um país com o mínimo de integridade”, postou.
Agora, com o gelo quebrado, a ideia é que Moro viaje com Bolsonaro na reta final da campanha, para se contrapor a Lula no discurso sobre a Lava-Jato. Para um dos integrantes da comitiva presidencial, a presença de Moro foi um “golaço” no debate deste domingo.