Moro nega pedido de Cunha para deixar de julgar processo
Juiz responsável pelas ações da Lava Jato no Paraná disse que argumentos apresentados pelo ex-deputado não foram demonstrados e "beiram irresponsabilidade"
O juiz federal Sérgio Moro negou uma exceção de suspeição apresentada contra ele pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ). O ex-deputado foi preso em outubro de 2016, condenado a 15 anos e 4 meses na Operação Lava Jato. Os advogados pediam que Moro se afastasse da causa, para que outro juiz, “isento”, “não comprometido com o resultado” assumisse o processo.
A defesa apontou dez motivos segundo os quais Moro deveria se considerar suspeito. Na lista, o ex-deputado afirma que sua prisão preventiva foi uma tentativa do juiz da Lava Jato de “alavancar popularidade” e que sua transferência da Polícia Federal para o Complexo Médico-Penal tinha o objetivo de forçar uma delação premiada.
Na decisão, de 21 de fevereiro, Moro reconhece que o réu tem o direito de questionar a parcialidade do julgador, mas que ação de Cunha está baseada em argumentos “destituídos de mínima demonstração”, que já foram rejeitados anteriormente e que “beiram a irresponsabilidade”.