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Moraes e a previsão do lobo solitário em atentados contra o STF

O chaveiro Francisco Wanderley Luiz tentou avançar sobre o tribunal e na sequência se explodiu com bombas caseiras; ele tinha planos de assassinar Moraes

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 nov 2024, 11h39

Com a expertise de secretário de Segurança e de ministro da Justiça, Alexandre de Moraes sempre defendeu a instauração dos sucessivos inquéritos que, desde 2019, miram apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e, segundo ele, poderiam ter amainado a avalanche de ameaças e fake news a que os magistrados estavam submetidos desde que o capitão chegou ao poder.

Moraes, no entanto, nunca escondeu que, a despeito do avanço das investigações, permanecia o risco da existência de lobos solitários, que poderiam agir diretamente contra os juízes da Corte do país. O ataque da última quarta-feira, 13, em Brasília, quando o chaveiro Francisco Wanderley Luiz tentou avançar sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e na sequência se explodiu, reforçou a avaliação do ministro e os desafios da segurança dos magistrados.

A interlocutores, Moraes ponderava há anos que setores de inteligência policial normalmente conseguem detectar grandes planos contra autoridades ou instituições, mas em raras ocasiões anteveem quando um extremista sozinho decide burlar sistemas de segurança. As ponderações do magistrado tinham no retrovisor o assassinato do ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe, que em julho de 2022 foi abatido por um atirador com uma arma artesanal no meio de um comício.

O governo do Distrito Federal considera que Francisco Wanderley pode ser um lobo solitário. A Polícia Federal, no entanto, investiga possíveis discursos de incentivo ou copartícipes que possam ter influenciado o homem-bomba a agir.

“Foguetinhos para comemorar o dia 13”

Por volta das 19h30 de quarta, o chaveiro se aproximou da entrada principal do Supremo com explosivos amarrados ao corpo. Candidato derrotado nas eleições de 2020. Ele havia detonado o próprio carro, recheado de bombas caseiras, segundos antes no estacionamento da Câmara dos Deputados. Interceptado por um segurança do tribunal, atirou outras duas bombas artesanais em direção ao prédio do STF e, na sequência, se explodiu.

Horas antes de morrer, ele havia publicado uma série de mensagens sobre o ataque em uma rede social, misturando declarações de cunho político e discursos messiânicos. Em uma delas, simula uma conversa em que diz não ser “terrorista” e informa que soltaria “uns foguetinhos para comemorar o dia 13”, episódio que seria o estopim para o que chamou de “revolução” no país, uma verdadeira “proclamação da República”. A PF trabalha com as hipóteses de ação terrorista e de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito por parte de Francisco Wanderley.

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