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Ministério Público do Rio endurece com a família Queiroz

Em nota, MP diz que o caso pode ir à Justiça sem que investigados sejam ouvidos

Por Fernando Molica
Atualizado em 9 jan 2019, 19h59 - Publicado em 8 jan 2019, 17h07

Nota divulgada nesta terça, 8, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro revela que a instituição perdeu a paciência com a família Queiroz e vai endurecer o jogo com os ex-assessores de Flávio e Jair Bolsonaro investigados por operações bancárias suspeitas, detectadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

O MP classifica de “voluntário e deliberado” o não comparecimento de Fabricio Queiroz e de seus parentes para depor e indica que poderá levar o caso à Justiça sem que eles sejam ouvidos. Segundo a nota, “o direito constitucional à ampla defesa também poderá ser exercido em juízo, caso necessário”. O MP fala também na possibilidade de quebra dos sigilos bancário e fiscal dos integrantes da família Queiroz.

Segundo o Ministério Público, “a oitiva dos investigados representa uma oportunidade para que possam apresentar suas versões dos fatos”.

Ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, Fabricio Queiroz alegou razões de saúde para faltar a dois depoimentos. Ele recebeu alta hoje do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Família

Nesta terça, foi a vez de sua mulher, Márcia de Aguiar, e suas filhas, Nathália e Evelyn Melo de Queiroz, deixarem de comparecer ao Ministério Público. Os advogados da família disseram que elas estão em São Paulo, acompanhando o PM da reserva, que, no dia 1º, foi submetido a uma cirurgia para a remoção de um câncer no cólon. Todas as ausências foram comunicadas nos dias em que ocorreriam os depoimentos.

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No fim de dezembro, o MP marcou para quinta 10, depois de amanhã, o depoimento de Flávio Bolsonaro. A nota dá a entender que o deputado não confirmou sua presença e frisa que, como parlamentar, ele pode indicar uma nova data para ser ouvido.

Queiroz e sua filha Nathalia foram exonerados em outubro passado, entre o primeiro e o segundo turno das eleições – ele trabalhava no gabinete de Flávio; ela estava no do então deputado federal e hoje presidente Jair Bolsonaro. Márcia deixou sua função na Assembleia Legislativa em setembro de 2017. Evelyn, que herdou a vaga da irmã, continua no gabinete do deputado estadual e futuro senador.

A íntegra da nota:

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informa que os depoimentos de Nathália Melo de Queiroz e Evelyn Melo de Queiroz, filhas de Fabrício Queiroz e de sua companheira Márcia Oliveira de Aguiar, não ocorreram nesta terça-feira (08/01). De acordo com a defesa, “todas mudaram-se temporariamente para cidade de São Paulo, onde devem permanecer por tempo indeterminado e até o final do tratamento médico e quimioterápico necessários, uma vez que, como é cediço, seu estado de saúde demandará total apoio familiar.”

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Como já foi amplamente noticiado, foi sugerida a próxima quinta-feira, dia 10/01, para oitiva do ainda deputado estadual notificado Flavio Bolsonaro que, por força de prerrogativa parlamentar, pode indicar nova data para seu depoimento.

O MPRJ esclarece que a oitiva dos investigados representa uma oportunidade para que possam apresentar suas versões dos fatos e que o não comparecimento voluntário e deliberado reflete, neste momento, uma opção dos envolvidos, sendo certo que o direito constitucional à ampla defesa também poderá ser exercido em juízo, caso necessário.

Vale destacar que a prova documental encaminhada pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ao MPRJ tem informações que permitem o prosseguimento das investigações, com a realização de outras diligências de natureza sigilosa, inclusive a quebra dos sigilos bancário e fiscal.

O MPRJ seguirá apurando os fatos de forma reservada e sigilosa, manifestando-se apenas por meio de notas oficiais.

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