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Militar diz que Cid ‘provavelmente’ pediu material que subsidiou plano

O tenente-coronel Marcelino Haddad encaminhou ao ex-ajudante de ordens documentos que embasaram roteiro golpista após a derrota de Bolsonaro

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jun 2023, 16h21 - Publicado em 16 jun 2023, 14h33

O tenente-coronel Marcelino Haddad, ex-comandante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro, diz que os militares “trocam muitos documentos o tempo todo” para justificar o envio de um material que foi usado para embasar a elaboração de um roteiro golpista para contestar as eleições de 2022.

Como revelou VEJA, os documentos foram encaminhados em 16 de novembro de 2022 ao tenente-coronel Mauro Cid, à época ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foram enviados um artigo sobre a Garantia dos Poderes Constitucionais (GPC), uma coletânea da Constituinte sobre a GPC e a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e um questionário respondido pelo jurista Ives Gandra sobre o emprego das Forças Armadas.

Os dados deram suporte a um plano, encontrado pela Polícia Federal no celular de Mauro Cid, para reverter o resultado das eleições, afastar juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e editar um decreto de GLO. Se levada a cabo, a GLO daria ao Exército poder de polícia para conter uma situação de tensão – na visão dos bolsonaristas, a tensão partiria de supostos abusos de decisões do STF – e colocar o país temporariamente sob controle militar.

A VEJA, Marcelino Haddad diz que não tomou conhecimento do roteiro golpista, mas também não soube explicar o que o motivou a encaminhar os dados a Mauro Cid. Confira abaixo as explicações do militar:

A PF está investigando documentos encontrados no telefone do tenente-coronel Mauro Cid, e alguns deles foram enviados pelo senhor. Por que enviou esses documentos? A gente troca muitos documentos o tempo todo, com muita gente. Então isso, falando de cabeça… A única coisa que eu sei é que teve um trabalho que foi feito há muitos anos. É um trabalho aberto, feito sobre segurança integrada, e uma das missões do Exército era a de operações de Garantia dos Poderes Constitucionais. Isso tem vários anos. Agora, se eu falar especificamente, estaria falando alguma coisa que a memória não lembra.

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O Cid te procurou pedindo para passar esses documentos? Não, praticamente eu não tinha contato com o Cid, eu não trabalhava com ele. Tinha alguns contatos de WhatsApp, poucas vezes com alguns militares. Mas falar agora quando foi pedido… Isso é um trabalho que várias pessoas têm, foi feito em um grande grupo.

Mas, se o senhor não fala com ele, quer dizer então que mandou esses arquivos espontaneamente? Eu tenho que ver o que é primeiro. Se eu passar alguma informação agora, não vou saber exatamente qual o contexto.

Foi no dia 16 de novembro do ano passado, com três documentos. Inclusive as perguntas foram enviadas ao Ives Gandra pelo major Fabiano. Eu nem sei quem é o major Fabiano.

Major Fabiano da Silva Carvalho. Ah, deve ser o… Mas não falou comigo. É que a gente se conhece pelo nome de guerra, tem de ver o nome de guerra correto.

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Conforme as investigações, o major Fabiano enviou ao jurista Ives Gandra o questionário que depois foi repassado pelo senhor. Eu não sei exatamente. O que eu falar aqui, estarei falando com dúvida, porque isso já tem tempo. São vários arquivos que a gente troca o tempo todo, todo mundo pede arquivo para todo mundo. Isso faz parte do ambiente de trabalho. A única coisa que eu sei é que existia um trabalho que foi feito. Inclusive, quem conduziu esse trabalho na época foi o Cid, ele já tinha esse arquivo. Agora, eu não sei dizer como isso foi passado e em qual contexto. Eu passo arquivos para todo mundo que me pede alguma coisa, como vários militares trocam arquivos entre si.

No celular do Cid foi encontrado um plano com um roteiro de uma intervenção militar. E, entre os documentos, estão os que o senhor enviou. Eu não tenho conhecimento disso, não sei do que está se tratando. O que eu posso dizer é o seguinte: a única coisa que eu tenho é o trabalho que a gente fez na Escola de Comando do Estado-Maior do Exército, que é um trabalho doutrinário. Eu mandei para o Cid esse trabalho, devo ter mandado para ele esse trabalho… Agora, isso foram várias vezes… Esse tipo de trabalho fica, o pessoal quer.

A dúvida é sobre a iniciativa de enviar o trabalho. Por que o senhor o enviou? Provavelmente o Cid mandou uma mensagem pedindo o trabalho e eu mandei para ele. Agora, em que contexto ele queria o trabalho, eu realmente não sei porque não trabalhava com o Cid. Foi apenas um trabalho que a gente tinha compartilhado entre vários militares.

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