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Marina Silva diz que ‘decisões equivocadas’ levaram à crise

Em evento em Niterói (RJ), a ex-senadora defendeu a autonomia dos municípios e garantiu que não terá dificuldades em governar, caso seja eleita

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 8 Maio 2018, 15h05 - Publicado em 8 Maio 2018, 14h51

A pré-candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, disse nesta terça-feira 8 que a crise econômica que o país enfrenta e o alto índice de desemprego são consequências de “decisões equivocadas” do governo federal. Com outros dez presidenciáveis, Marina participa da 73ª Reunião Geral da Frente Nacional dos Prefeitos, realizada em Niterói, no Rio de Janeiro.

“O Brasil não está com 13 milhões de desempregados por um terremoto, maremoto, uma guerra, mas em função de decisões políticas equivocadas. Precisamos compreender que para atender a essa agenda (apresentada pelos prefeitos no encontro) o Brasil precisa voltar a crescer”, afirmou a candidata. Ela usou boa parte de seus 25 minutos de discurso para falar sobre “profunda crise econômica, política e de valores” brasileira.

Marina pontuou também que é preciso que o crescimento seja pautado na sustentabilidade, que não se relaciona apenas com a questão “ambiental, mas econômica e social”. Ela também disse que é preciso oferecer crédito acessível aos pequenos empresários.

A ex-ministra garantiu que se for eleita não terá problemas de governabilidade. “As pessoas perguntam: ‘com quem você vai governar, se não tem deputados?’ Eu digo: vou governar com os melhores. Pessoas ruins existem em todos os lugares, até nas igrejas. O Brasil tem que ser maior e melhor do que o que tivemos até agora”, afirmou.

“Decisões erradas a gente repara, porque são humanas. Não vamos resolver o problema repetindo como solução os que criaram o problema. A gente precisa de um outro comportamento. As coisas boas a gente preserva. Dizem que sábios aprendem com os erros dos outros. Estúpidos são os que não aprendem nem com os próprios erros. Não temos esse direito”, disse.

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Diante de uma plateia de prefeitos, ela afirmou que o próximo presidente deve ser “republicano”. “O presidente não pode discriminar o prefeito por não ser de seu partido e do espectro ideológico que o apoiou. Iremos respeitar o federalismo. Isso se traduz em autonomia dos municípios. Mas não é possível ser autônomo sem ser independente. Boa parte dos recursos fica com a União, uma pequena parte com estados e ínfima com municípios.”

A reunião de prefeitos é o primeiro evento com múltiplos candidatos nesta fase de pré-campanha eleitoral. Os presidenciáveis falam separadamente, depois de assistirem a um vídeo onde são mencionadas propostas discutidas pelos prefeitos nos últimos dias.

Os primeiros foram Rodrigo Maia (DEM), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Afif Domingos (PSD) e Manuela D’Ávila (PCdoB). Também falarão Aldo Rebelo (SD), Álvaro Dias (PODE), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Paulo Rabello (PSC).

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Ausências

Foram convidados os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas ou que são de partidos com pelo menos cinco parlamentares. O deputado Jair Bolsonaro (PSL) não compareceu e sua assessoria justificou sua ausência dizendo que ele ainda não se afastou do cargo de deputado federal, e hoje é dia de sessão na Câmara. Assim, se o presidenciável atendesse o convite, “levaria falta”.

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso, pediu para enviar um representante, mas a FNP não concordou. Lula enviou uma carta à entidade, que ainda será divulgada à imprensa.

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