Maranhãozinho e a bancada lulista do PL de Bolsonaro

Grupo governista do partido tem 30 parlamentares e é coordenado por deputado investigado por desvio de dinheiro público

Por Ricardo Chapola
Atualizado em 17 abr 2023, 20h41 - Publicado em 17 abr 2023, 16h10

O deputado Josimar de Maranhãozinho (PL-MA) foi flagrado pela polícia com maços de dinheiro na mão, em casa e nos escritórios. A vigilância supervisionada pelo STF durou um ano, incluiu registros em áudio e vídeo, e apreensão R$ 2 milhões em dinheiro vivo (Polícia Federal/Reprodução/VEJA)

A executiva nacional do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, liberou uma parte de sua bancada a votar a favor de pautas propostas pelo governo Lula, principal adversário do ex-capitão e atualmente presidente de honra da legenda. O acordo pode envolver até 30 dos 99 parlamentares que a legenda elegeu no ano passado.

Segundo lideranças do PL, os deputados que fazem parte desse grupo representam o Norte e o Nordeste do Brasil, regiões historicamente mais petistas. Hoje, a cúpula do PL estima que há 25 parlamentares já fechados com o governo. O PL é presidido por Valdemar Costa Neto, aliado de Bolsonaro.

Essa teria sido a saída encontrada para não constranger congressistas com bases eleitorais em estados onde a figura de Lula é politicamente muito forte. Um dos casos em questão é do Amapá, onde o PL e o PT são aliados desde a campanha eleitoral de 2022. O estado possui três deputados do partido na Câmara: Silvia Waiãpi, Sonize Barbosa e Vinícius Gurgel.

A bancada governista do PL é coordenada pelo deputado Josimar de Maranhãozinho (PL-MA). Em dezembro de 2021, ele apareceu como personagem principal de uma investigação da Polícia Federal que apurava um esquema de desvio de dinheiro de emendas parlamentares destinadas à área de saúde.

O parlamentar foi filmado pela PF exibindo maços de dinheiro supostamente arrecadados no esquema. Maranhãozinho também é presidente do PL do Maranhão.