Maioria é contra a renúncia de Bolsonaro em meio à pandemia, diz Datafolha
Instituto de pesquisas constatou que 59% dos brasileiros são contrários ao pedido para o presidente abandonar o cargo durante o combate ao novo coronavírus
A reprovação à forma como o presidente Jair Bolsonaro atua no combate à pandemia do novo coronavírus não se converteu em apoio à sua renúncia ao cargo. Segundo pesquisa divulgada neste domingo, 05, pelo Instituto Datafolha, 59% dos brasileiros são contrários à saída de Bolsonaro em meio ao surto da doença. Outros 37% apoiam a renúncia do presidente, enquanto 4% não souberam responder.
Na sexta, 03, um levantamento do Datafolha mostrou que a aprovação do presidente oscilou para baixo, de 35% para 33%, mas dentro da margem de erro. As taxas de reprovação (de 33% para 39%) e dos que acham regular a forma como Bolsonaro atua diante da emergência sanitária (de 26% para 25%) também tiveram oscilação negativa.
Para 52% da população, Bolsonaro ainda reúne condições de liderar o Brasil no enfrentamento ao coronavírus. Outros 44% acreditam que ele perdeu a capacidade de exercer o cargo de presidente. Somente 4% não souberam responder à pergunta.
Jovens (44%), mulheres (42%) e pessoas com renda mensal acima de dez salários mínimos (39%) são os grupos que vocalizam maior apoio à renúncia de Bolsonaro. Homens (65%) e pessoas com renda mensal entre cinco a dez salários mínimos (69%) rejeitam a ideia.
A renúncia tem maior apoio na Região Nordeste (47%), onde Bolsonaro colhe os piores índices de aprovação. Sua maior força política continua vigente na Região Sul, onde só 28% dos entrevistados apoiaram a ideia.
Políticos de oposição emitiram uma carta na última semana para pedir a saída do presidente. Bolsonaro respondeu dizendo que “a palavra renúncia não existe”.
A renúncia do presidente ganhou força em grupos políticos contrários a Bolsonaro diante do enfrentamento que ele abriu com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por discordar de medidas protetivas recomendadas pela pasta, como o isolamento social. Mandetta e Bolsonaro discutiram feio em uma ligação de telefone realizada na quinta-feira, 02. No momento mais tenso da conversa, o ministro disse que o presidente deveria demiti- lo em caso de insatisfação com o trabalho desempenhado pela Saúde.