Maia pede saída de Alvim após secretário parafrasear discurso de nazista
'Passou de todos os limites. É inaceitável', disse o presidente da Câmara sobre o vídeo em que o secretário da Cultura reproduz fala de Goebbels

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), demonstrou repúdio ao discurso do secretário da Cultura de Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, em que ele parafraseia uma fala do ministro da Propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels. O deputado cobrou o afastamento de Alvim.
“O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo”, disse Maia, nesta sexta-feira, 17, em seu Twitter.
Em um vídeo com música do alemão Richard Wagner – o compositor favorito de Hitler – ao fundo, o secretário de Cultura reproduz de forma quase idêntica um discurso de Goebbels. “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada”, diz Alvim.
O ministro nazista, em fala registrada no livro Joseph Goebbels: Uma biografia, do historiador alemão Peter Longerich, afirma: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada”.
O vídeo foi postado nas redes sociais da Secretaria de Cultura na quinta-feira.
Defesa
Em sua defesa, o secretário publicou uma mensagem em seu Facebook nesta sexta em que afirma que o vídeo “foi uma coincidência retórica em uma frase sobre nacionalismo em arte”. “Não há nada de errado com a frase, todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência com uma frase de um discurso de Goebbles”, concluiu.