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Lula faz apelo, mas Centrão foge de garantir apoio em 2026

Presidente distribuiu onze dos 38 ministérios aos partidos e tenta firmar um acordo para a sua reeleição

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 fev 2025, 11h47

No final de dezembro, o presidente Lula reuniu seus 38 ministros e fez uma cobrança pública por reciprocidade por parte de partidos que, apesar de ocupar o alto escalão, não se comprometem em manter uma relação duradoura com o governo.

O recado foi endereçado principalmente às legendas do Centrão. Juntas, as cinco siglas (MDB, Progressistas, União Brasil, Republicanos e PSD) representam onze ministérios e somam uma bancada de 241 deputados e 43 senadores, número determinante para a aprovação dos principais projetos.

“Eu quero que esses partidos continuem junto, mas nós estamos chegando no processo eleitoral e a gente não sabe se os partidos que vocês representam querem continuar trabalhando conosco ou não. E esta é uma tarefa também de vocês neste ano de 2025”, afirmou o presidente.

VEJA conversou com lideranças e dirigentes dessas agremiações. Por ora, os caciques decidiram adotar um compasso de espera e avaliar a reação do governo diante dos baixos índices econômicos e de popularidade, enquanto já trabalham com alternativas para o próximo pleito.

Centrão: Governabilidade garantida. Já 2026…

Presidido pelo ex-ministro de Bolsonaro e senador Ciro Nogueira, o Progressistas é o primeiro partido que, sob o argumento de ter fincado os pés na oposição, rechaça qualquer possibilidade de aliança futura. Mas, de olho no presente, o PP ocupa o Ministério do Esporte, comanda a Caixa Econômica Federal e tenta ampliar seu espaço na Esplanada com a indicação do ex-presidente da Câmara Arthur Lira para o Ministério da Agricultura.

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O problema é que a Agricultura está sob o comando do senador Carlos Fávaro, do PSD, e a legenda não está disposta a ceder espaço. Na última terça-feira, 4, o ministro foi à Câmara dos Deputados e, num ato de desagravo de sua bancada, foi recebido entre aplausos e deferências em favor de sua permanência no posto. A portas fechadas, a legenda tenta trocar o desprestigiado Ministério da Pesca pela pasta do Turismo e manter o comando de Minas e Energia – na última semana, Lula chamou o ministro Alexandre Silveira de “excepcional” e disse que ele ficará no cargo.

O presidente também fez um aceno ao agora ex-comandante do Congresso e incensou uma candidatura de Rodrigo Pacheco ao governo de Minas Gerais – antes disso, ele é cotado a assumir as fileiras da Esplanada, o que deixaria o PSD com quatro integrantes no alto escalão. Os sucessivos gestos de Lula à legenda, com quem garante manter uma aliança “forte”, acontecem em meio a posições dúbias do dirigente da sigla, Gilberto Kassab, que chegou a afirmar que o petista não seria reeleito se a disputa fosse hoje e a chamar o ministro Fernando Haddad de “fraco”. Uma semana depois da repercussão, Kassab recuou e disse que o presidente é “forte” e pode reverter o cenário.

Enquanto isso, o PSD trabalha para lançar nos próximos meses o governador do Paraná, Ratinho Júnior, como candidato ao Planalto em 2026 e tenta tirar do papel ainda neste semestre uma fusão com o PSDB, partido historicamente adversário do PT.

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Com duas cadeiras no governo Lula, o União Brasil planeja lançar no próximo mês a pré-campanha à Presidência do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e dar a largada para um giro pelo país em busca de torná-lo nacionalmente conhecido. Na última semana, a bancada da legenda na Câmara lançou um manifesto pedindo a permanência de Juscelino Filho nas Comunicações e de Celso Sabino no Turismo. “Não há nenhuma contradição. Ao contrário. Eu acho que os ministérios ajudam o Brasil e a governabilidade do governo. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Uma coisa é governabilidade, outra é a eleição de 2026. Em 2025, a pauta é governabilidade. Em 2026, será a eleição”, afirma Antônio Rueda, presidente do União.

Situação similar acontece no Republicanos. Com um ministério no governo petista, a legenda tem entre seus quadros o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, considerado uma das principais apostas numa disputa presidencial caso Bolsonaro fique fora do jogo. Em meio à resistência do ex-capitão em jogar a toalha e aos tropeços do governo, a legenda evita se posicionar sobre 2026, mas defende um choque de gestão no governo Lula. “O governo tem que ser mais pragmático, principalmente na pauta econômica”, disse a VEJA o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira. “E precisa também se preocupar com o aumento do preço dos alimentos e, ao mesmo tempo, empoderar o Haddad na pauta do controle de gastos”, acrescentou o dirigente.

O MDB, da mesma maneira, passa por uma divisão interna sobre o próximo pleito. Enquanto figuras como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, já se posicionaram contra o apoio a Lula em 2026, ministros da legenda, entre eles Renan Filho, defendem que a sigla retome a parceria do passado e integre a chapa de Lula na cadeira de vice. Em meio ao fogo cruzado, o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, afirma que é muito “cedo” tratar de 2026 e garante que o partido, com três ministérios, dará a estabilidade necessária ao governo Lula.

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