Lula evita comentar prisão de Bolsonaro, mas diz que ‘todo mundo sabe o que ele fez’
Em coletiva sobre o G20, petista afirmou que ex-presidente teve todo direito "à presunção de inocência" e que agora vai cumprir a pena que a Justiça determinou
Questionado sobre a prisão de Jair Bolsonaro, o presidente Lula evitou comentar a decisão, mas afirmou que “todo mundo sabe o que ele fez”. A fala breve relativa à medida imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente foi dada na manhã deste domingo, 23, durante coletiva de imprensa em Johanesbugo sobre a cúpula do G20. “A primeira coisa é que eu não faço comentário sobre uma decisão da Suprema Corte. A Justiça tomou uma decisão, ele foi julgado, teve todo direito à presunção de inocência, foram praticamente dois anos e meio de investigação, de delação, de julgamento. Então, a Justiça decidiu, está decidido. Ele vai cumprir com a pena que a Justiça determinou, e todo mundo sabe o que ele fez”, declarou Lula.
É a primeira vez que o presidente diz algo publicamente sobre a prisão de Bolsonaro, ocorrida por volta das 6h de sábado, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A justificativa do STF é de que haveria risco de fuga do político após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar uma vigília nas imediações do condomínio onde o pai cumpria prisão domiciliar. E, na madrugada de sábado, foi constatado que o ex-presidente violou a tornozeleira eletrônica. Hoje, por volta das 12h, ele passará por audiência de custódia.
Na África do Sul, Lula ainda respondeu sobre a reação do presidente dos EUA, Donald Trump, que chamou a prisão de “uma pena”. “Não tem nada a ver. O Trump tem que saber que somos um país soberano e que a nossa Justiça decide. E o que decide aqui está decidido”, disse Lula.
Lula quer conversa com Trump sobre Venezuela
O presidente do Brasil também foi questionado sobre o risco de um conflito dos Estados Unidos com a Venezuela. De acordo com Lula, esse é um tema que gera grande preocupação, porque a América do Sul é uma “zona de paz”, sem armas nucleares. Ele disse que pretende procurar Trump para tratar o assunto. “Me preocupa muito o aparato militar que os Estados Unidos colocaram no mar do Caribe. E eu pretendo conversar com o presidente Trump sobre isso”, adiantou Lula, acrescentando que “o Brasil tem responsabilidades na América do Sul” e ressaltando a extensa fronteira do país com a Venezuela. “Não vamos repetir o erro que aconteceu na guerra da Rússia e da Ucrânia. Para começar, basta dar um tiro. Para terminar, não se sabe como termina. Temos que encontrar uma solução antes de começar. Eu não gostaria que acontecesse nada militarmente na América do Sul”.
Haddad faz aceno a Motta e Alcolumbre e manda recado
Bolsonaro e aliados presos: o que está previsto para esta quarta
Processo de Zambelli será destravado na CCJ na próxima semana
Brasil lança plano para cortar emissões da indústria na COP30
Proximidade com conselho e baixa inovação: as dores e as alegrias de CEOs







