Lula diz ao PT que vai a Porto Alegre para julgamento
Ex-presidente fez pedido a desembargadores para ser ouvido antes de sentença, mas ainda não foi respondido; em todo caso, deve participar de atos na cidade
Por Estadão Conteúdo
3 jan 2018, 09h04 • Atualizado em 4 jun 2024, 17h51
Ex-presidente Lula em evento organizado pelo PT para discutir propostas para a economia brasileira (Pedro Ladeira/Folhapress)
A direção do partido também prepara um grande ato de recepção ao ex-presidente no mesmo dia, no retorno a São Paulo. No dia seguinte, a Executiva Nacional do PT faz uma reunião ampliada para reafirmar a candidatura do ex-presidente, líder das pesquisas para as eleições de 2018, seja qual for o resultado do julgamento.
Oficialmente, a assessoria do Instituto Lula não confirma que o ex-presidente vá acompanhar o julgamento em Porto Alegre. Segundo o instituto, a defesa do petista solicitou ao TRF-4 que Lula seja ouvido durante o julgamento, mas o pedido ainda não foi apreciado pelos desembargadores do tribunal — a expectativa é que ele seja aceito.
A aliados, o petista afirmou que pretende ir a Porto Alegre de qualquer maneira. Ele deve chegar à capital gaúcha no dia 22 ou 23 e participar das manifestações preparadas pelo PT.
Antes do julgamento, o partido prepara uma onda de eventos que começa no dia 13 e vai até o dia seguinte ao julgamento. No dia 23, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) vai participar da abertura de uma vigília no Parque Harmonia, em frente ao TRF-4.
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O ato de recepção na volta, em São Paulo, deve ser o ponto alto das mobilizações organizadas pelo partido e movimentos sociais que defendem o direito de o ex-presidente ser candidato.
Lula foi condenado, em primeira instância, a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá (SP). Se a condenação for confirmada, o ex-presidente pode ser impedido de disputar a eleição presidencial.
Semana passada, a Justiça Federal em Porto Alegre decidiu proibir um acampamento que o Movimento dos Sem Terra (MST) pretendia fazer em frente ao TRF-4, mas liberou o local para manifestações de grupos que apoiam o ex-presidente. O MST negocia com as autoridades da capital gaúcha outro local para o acampamento.
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No dia 22 de janeiro, um grupo de advogados brasileiros e estrangeiros vai participar de um debate público sobre o processo. De acordo com o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, vice-presidente do PT e coordenador das mobilizações em defesa do ex-presidente, o Fórum Social Mundial promete fazer um ato no dia 23, com a presença de líderes e entidades de esquerda de vários países.
Além disso, o PT e suas lideranças têm difundido nas redes sociais o manifesto “Eleição Sem Lula é Fraude”, escrito pelo ex-chanceler Celso Amorim. Com versões em português, inglês, espanhol, francês e árabe, o documento já recebeu mais de 80 mil assinaturas, entre elas a do linguista e filósofo norte-americano Noam Chomsky e dos pré-candidatos Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila (PCdoB).
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