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Jungmann cobra providência sobre general que falou em intervenção

Exército tenta contornar situação para evitar manifestações de solidariedade ao general da ativa Antonio Hamilton Martins Mourão

Por Da Redação
Atualizado em 19 set 2017, 16h17 - Publicado em 19 set 2017, 09h06

O ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), convocou o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, para pedir explicações após a repercussão negativa das declarações do general da ativa Antonio Hamilton Martins Mourão. O Exército tenta contornar a situação, já que Mourão tem uma forte liderança na tropa.

Em palestra na sexta-feira passada, 15, o general defendeu a possibilidade de intervenção militar diante da crise enfrentada pelo país, caso a situação não seja resolvida pelas próprias instituições. Por meio de nota, Jungmann afirmou que também orientou Villas Bôas “quanto às providências a serem tomadas”, mas não explicou quais seriam essas medidas.

No fim de semana, ao tomar conhecimento das afirmações, Jungmann relatou o fato ao presidente Michel Temer (PMDB) e avisou que deixou nas mãos do comandante a decisão sobre como conduzir o caso. O general Villas Bôas ouviu as explicações do general e disse que o problema estava “superado”.

Mourão já protagonizou outro desconforto político em outubro de 2015, quando criticou o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Pelo Regulamento Disciplinar do Exército, o general pode ser punido por dar declarações de cunho político sem autorização de seu superior hierárquico.

A decisão do comandante do Exército foi interpretada como uma tentativa de abafar o caso e não teria agradado a Jungmann. O ministro esperava algum tipo de sinal de que esse tipo de declaração não pode ser tolerado. De acordo com integrantes do Alto Comando, Mourão está exatamente a seis meses de deixar o serviço ativo.

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Precaução

Em 2015, por causa de suas declarações sobre Dilma, o general Mourão perdeu o Comando Militar do Sul e foi transferido para a Secretaria de Economia e Finanças, um cargo de funções burocráticas. Agora, diante da pressão política, ele pode ser retirado de sua função, como medida paliativa para que seu gesto não sirva de “incentivo” a outras manifestações semelhantes.

O assunto ainda é objeto de discussão, porque há quem entenda que puni-lo poderia levar a uma leva de solidariedade no Exército, criando um clima político considerado “desnecessário”.

Uma manifestação de apoio a Mourão partiu do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato à Presidência da República em 2018. Bolsonaro, que é militar da reserva, publicou em seu Twitter que “não se faz democracia comprando votos e aceitando a corrupção por governabilidade”. “Reagir a isso é obrigação de qualquer civil ou militar”, declarou.

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(Com Estadão Conteúdo)

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