Juíza decreta prisão preventiva de ex-governador do AM
Com decisão, José Melo ficará preso por tempo indeterminado. Mulher dele também será presa por envolvimento em esquema que desviou R$ 20 milhões
A prisão temporária do ex-governador do Amazonas José Melo (Pros) foi convertida nesta quinta-feira por prisão preventiva, ou seja, ele não tem mais prazo para deixar a cadeia. A decisão é da juíza federal Jaiza Maria Pinto Fraxe, de Manaus, que atendeu pedido da Procuradoria da República no Amazonas e também decretou a prisão da ex-primeira-dama Edilene Gomes de Oliveira, mulher de Melo.
O ex-governador estava preso em regime temporário desde antes do Natal. Ele é o principal alvo da Operação Maus Caminhos, que investiga supostos desvios de recursos públicos da área da saúde. Os investigadores suspeitam que José Melo, cassado em maio de 2017 por compra de votos nas eleições de 2014, recebeu propina de 20 milhões de reais.
Os investigadores atribuem ao ex-governador crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro e associação ou organização criminosa, bem como fatos reveladores de ocultação e destruição de elementos de provas.
No pedido de prisão preventiva, a Procuradoria destaca elementos que comprovariam a interferência indevida dos investigados na investigação, ao intimidarem testemunhas e ocultarem bens, e na potencial continuidade da prática do crime de lavagem de dinheiro.
“No caso concreto, o perigo da liberdade de José Melo de Oliveira e Edilene Gomes de Oliveira está lastreado em três fundamentos que ora denomino de requisitos fáticos devidamente preenchidos: conveniência da instrução criminal, assegurar a aplicação da lei penal e garantir a ordem pública, uma vez já está confirmada nos autos a prova da existência do crime, bem como os fortes indícios de autoria”, assinalou a juíza federal Jaiza Fraxe.
A magistrada destaca que a investigação aponta que Melo detinha a posse de boxes na cidade de Manaus onde eram guardados objetos e documentos suspeitos que foram removidos imediatamente após buscas da Polícia Federal na residência do casal. A juíza assinala que Melo e Edilene, através de parentes, arrombaram boxes e estão escondendo documentos e produtos de crimes, conforme comprovam as fotografias e relatórios anexados pelo Ministério Público Federal.