Joesley e Saud chegam à sede da PF em Brasília
Preso temporariamente por cinco dias por decisão de Fachin, empresário viaja para a capital federal, onde fará exame de corpo de delito e ficará detido
O empresário Joesley Batista, sócio da JBS, foi transferido na manhã desta segunda-feira, da sede da Polícia Federal, na Lapa, Zona Oeste de São Paulo, para Brasília, onde ficará detido pelos próximos cinco dias. A prisão do empresário foi determinada pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Apesar de estar preso desde a tarde de domingo, quando se apresentou espontaneamente após ter conhecimento da decisão do ministro, Joesley ainda não havia feito o exame de corpo de delito, procedimento de praxe com detidos, antes de deixar São Paulo. A defesa do empresário pediu que ele só passe pelo procedimento no Instituto Médico-Legal (IML) da capital federal.
Joesley viajou acompanhado de Ricardo Saud, diretor de relações institucionais da JBS e delator, que também foi preso acusado de má-fé no acordo de delação firmado com o Ministério Público Federal, com omissão voluntária de fatos nos depoimentos. O caso veio a público quando Janot convocou uma entrevista para anunciar a existência de um áudio, uma gravação de conversa entre Joesley e Saud, com indícios de crimes não confessados, o que justificaria o rompimento do acordo.
A principal suspeita é de que os executivos tenham contado com informações privilegiadas e assessoria de Marcelo Miller, ex-procurador da República, quando este ainda fazia parte dos quadros do MPF. Enquanto a decisão definitiva sobre o futuro da colaboração da JBS, que será decidida pelo plenário do STF, não acontece, Janot pediu ao ministro Fachin que suspenda os benefícios da delação, que incluíam a imunidade total aos delatores da empresa.
Em despacho divulgado no domingo, o magistrado atende ao pedido de Janot e determina a prisão temporária de Joesley e Saud, por cinco dias – ele, no entanto, rejeitou o pedido para que Miller também fosse preso.