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João Doria sobre gravação de Aécio Neves: ‘É estarrecedor’

Senador mineiro é acusado de pedir dois milhões de reais a Joesley Batista em conversa gravada; para prefeito, é preciso apoiar Justiça 'doa a quem doer'

Por Da Redação
Atualizado em 19 Maio 2017, 15h18 - Publicado em 19 Maio 2017, 12h25

Um dos nomes ascendentes na política brasileira, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) foi instado a comentar as acusações da delação premiada do empresário Joesley Batista, do grupo JBS, contra o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), que até esta quinta-feira era presidente nacional do PSDB. Na entrevista, concedida à rádio Jovem Pan na manhã desta sexta, ele criticou a linguagem de Aécio na gravação com Batista e falou sobre “proteger o Brasil”.

“É estarrecedor um senador da República usar esse tipo de linguagem. Ter censura, em cada frase, de duas ou três palavras – de baixíssimo calão, eu suponho –, por tudo aquilo que a imprensa pôde reproduzir, ainda que sem a expressão completa, é absolutamente lamentável”, respondeu o prefeito, ao tratar sobre a conversa em que o senador trata com o empresário de movimentações que poderiam comprometer as investigações da Operação Lava Jato. Doria complementou, alegando que “quem usa esse tipo de linguagem não tem minimamente condições de proceder com equilíbrio suas funções”.

Aécio Neves é acusado de pedir, em uma gravação, dois milhões de reais em propina à Batista, mas alega ter sido apenas um “empréstimo” pedido a um “amigo”. Na conversa com Joesley, o tucano usa termos de baixo calão, como “porra”, se referindo, inclusive, ao ministro da Justiça Osmar Serraglio como “um bosta de um caralho” e o projeto das Dez Medidas Contra a Corrupção, do Ministério Público Federal (MPF), como “naquela merda”.

O prefeito defendeu que as acusações contra o presidente licenciado de seu partido sejam levadas até o final. “Temos que apoiar a Justiça. E, nessa circunstância, doa a quem doer. Não importa de qual partido, de qual relação, se era amigo ou se deixava de ser. A apuração tem que ser rigorosa, independente e determinada”, afirmou João Doria.

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Sobre a crise envolvendo Temer, que levou o presidente a fazer um pronunciamento para dizer que não renunciaria ao cargo,  o prefeito evitou comentar, mas declarou que teme um “desastre avançado no plano econômico”. “Um ponto muito importante, não obstante toda gravidade dessa crise, é proteger o Brasil. Nós temos que ter serenidade e equilíbrio para não comprometer a economia”, argumentou o prefeito.

João Doria avalia que a crise que atinge Michel Temer é mais jurídica que política, mas considera que a ingovernabilidade pode trazer riscos à economia e que a prioridade deve ser preservar membros da equipe econômica, citando o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

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