Irmã de Aécio fica em silêncio durante depoimento na Polícia Federal
Andrea Neves responde ação contra esquema de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, obstrução da Justiça e violação de sigilo funcional
Andrea Neves, irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), ficou calada durante os cerca de 50 minutos em que esteve na tarde desta terça-feira, 11, na sede da Polícia Federal em Belo Horizonte, para prestar depoimento dentro das investigações da Operação Escobar.
A ação foi deflagrada na última quarta-feira, 5, contra um esquema de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, obstrução da Justiça e violação de sigilo funcional.
Dois escrivães da PF e dois advogados foram presos na operação. Segundo a investigação, Andrea seria uma das beneficiárias do esquema, que teria acesso irregular a informações sobre operações realizadas pela corporação.
A intenção da PF era saber por que documentos sigilosos, de acesso restrito a agentes da federais, foram encontrados na casa da irmã de Aécio Neves em dezembro de 2018, durante a primeira fase da Operação Ross, que investiga suposto envolvimento do agora deputado com o grupo JBS.
Entre os documentos estavam informações referentes à Operação Capitu, de novembro do ano passado, quando foram presos o empresário Joesley Batista, do JBS, e o então vice-governador de Minas Antonio Andrade. A operação investiga supostas irregularidades no Ministério da Agricultura e Pecuária, que teve Andrade como titular.
Segundo fontes que acompanham as investigações, Andrea não quis responder à nenhuma das perguntas feitas pelos responsáveis pelo processo. A irmã de Aécio evitou a imprensa tanto na chegada quanto na saída da sede da PF.
A jornalista foi presa preventivamente em maio de 2017 na Operação Patmos, lastreada em delações premiadas da JBS, por suspeita dos crimes de corrupção, organização criminosa e embaraço às investigações da Lava Jato.
(Com Estadão Conteúdo)