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Gustavo Montezano é o novo presidente do BNDES

Ele substituirá o economista Joaquim Levy, que pediu demissão após ser criticado por Bolsonaro, e terá 'caixa-preta' e devolução de recursos como desafios

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 jun 2019, 23h36 - Publicado em 17 jun 2019, 18h37

O engenheiro e economista Gustavo Henrique Moreira Montezano, atual secretário ajunto da Secretaria de Desestatização e Desinvestimento do governo, foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para ser o novo presidente do BNDES. Ele substituirá o economista Joaquim Levy, que se demitiu do cargo no domingo 16, após ser criticado publicamente por Bolsonaro.

Segundo a pasta comandada por Guedes, o nome de Montezano será encaminhado para deliberação do conselho de administração do BNDES.

Depois da confirmação da informação pela Pasta da Economia e pelo Palácio do Planalto, o presidente divulgou a indicação em sua conta no Twitter, canal em que costuma informar sobre mudanças no governo:

Gustavo Montezano é formado em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e mestre em finanças pelo Ibmec. De acordo com o Ministério da Economia, ele tem 17 anos de carreira no mercado financeiro, trajetória iniciada como analista de ativos privados do banco Opportunity, no Rio de Janeiro.

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Montezano foi sócio-diretor do banco BTG Pactual em São Paulo, onde era responsável pela divisão de crédito corporativo, e atuou ainda como diretor de operações na ECTP, mais conhecida como BTG Commodities, em Londres. Na Secretaria de Desestatização e Desinvestimento do governo Bolsonaro, era o braço-direito do secretário especial, Salim Mattar. 

Ao assumir o comando do banco de fomento, Gustavo Montezano terá demandas conhecidas de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes a atender. O presidente pressiona o banco pela “abertura da caixa-preta” dos empréstimos a países como Venezuela, Cuba e Angola nos governos do PT, conforme prometeu em campanha. Já o ministro quer redesenhar o tamanho do BNDES, por meio da venda de participações em empresas, o que permitiria a devolução de recursos ao Tesouro.

O antecessor de Montezano, Joaquim Levy, pediu demissão no domingo, um dia após Jair Bolsonaro dizer que estava “por aqui” com o presidente do BNDES.

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Além da não abertura da “caixa-preta”, Bolsonaro ficou contrariado com a indicação do advogado Marcos Barbosa Pinto à diretoria de mercado de capitais do banco e declarou que demitiria Levy se ele não voltasse atrás na escolha. Barbosa ocupou cargos no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como o próprio Joaquim Levy, que foi secretário do Tesouro entre 2003 e 2006. O ex-presidente do BNDES ainda foi ministro da Fazenda de janeiro a dezembro de 2015, no governo Dilma Rousseff.

“Governo tem que ser assim, quando bota gente suspeita em cargos importantes. E essa pessoa, como o Levy, vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e àquilo que conhece a meu respeito. Ele está com a cabeça a prêmio já tem algum tempo”, disse Bolsonaro.

Diante das declarações do presidente, Levy pediu demissão a Guedes. Em mensagem divulgada ontem, ele anunciou que deixaria o cargo e agradeceu aos diretores e funcionários do banco de fomento.

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