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Guedes ‘está no direito dele’, diz Bolsonaro sobre declaração do ministro

Em entrevista a VEJA, titular da Economia afirmou que deixará o governo caso a reforma da Previdência seja convertida em uma 'reforminha'

Por Redação
Atualizado em 24 Maio 2019, 16h31 - Publicado em 24 Maio 2019, 15h08

O presidente Jair Bolsonaro comentou as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, em entrevista a VEJA, disse que deixará o governo caso a reforma da Previdência vire uma “reforminha”, com uma economia inferior a 800 bilhões de reais em dez anos. Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, 24, depois de participar da reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), no Recife, Bolsonaro disse aceitar a posição do economista.

“Paulo Guedes está no direito dele. Ninguém é obrigado a ficar como ministro meu”, afirmou o presidente. Na linha defendida por Guedes, Bolsonaro voltou a dizer que “haverá um caos na economia” se a reforma não for aprovada.”Tenho certeza que todos os governadores torcem pela aprovação da reforma”, completou.  

Em entrevista exclusiva a VEJA, Guedes afirmou que, se houver uma mudança muito radical na proposta original da reforma e seja aprovado, como alguns defendem, uma espécie de remendo chamado jocosamente de “reforminha”, ele renunciará ao cargo. “Pego um avião e vou morar lá fora”, avisa. “Já tenho idade para me aposentar.”

A proposta prevê mudanças que gerariam uma economia de até 1,2 trilhão de reais aos cofres públicos nos próximos dez anos. É, de acordo com a equipe econômica, a senha para o Brasil deixar a crise de lado e impulsionar o crescimento. O contrário disso seria o caos, que pode, segundo o ministro, ocorrer já em 2020.

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“Se não fizermos a reforma, o Brasil pega fogo. A velha Previdência quebrou. Não vamos ter nem dinheiro para pagar aos funcionários. Vai ser o caos no setor público, tanto no governo federal como nos estados e municípios”, afirma Guedes. “A Previdência é hoje um buraco negro, que engole tudo ao redor. O déficit tem crescido cerca de 40 bilhões de reais por ano. A reforma é urgente, porque os mercados não vão esperar muito mais. Eles fogem antes. A engolfada pode vir em um ano, um ano e meio.”

Sobre a possibilidade de uma versão desidratada da reforma, Guedes foi incisivo: “Se os parlamentares aprovarem algo que represente uma economia menor que 800 bilhões de reais, não há a menor possibilidade de lançar uma nova Previdência. Estaríamos só remendando a velha.”

Leia a entrevista completa, publicada na edição de VEJA desta semana.

(com Estadão Conteúdo)

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