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Gravações mostram Bolsonaro orientando afastamento de líder do PSL; ouça

Em conversa, presidente conta apoios à iniciativa e explica estratégia

Por Da redação
Atualizado em 17 out 2019, 10h39 - Publicado em 17 out 2019, 09h55

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) atuou para retirar o deputado federal Delegado Waldir (GO) da liderança do partido na Câmara dos Deputados. O chefe do Poder Executivo foi gravado pedindo apoio para o afastamento do parlamentar. Na conversa, cujo interlocutor é desconhecido, ele conta o número de apoios à iniciativa.

Na noite desta quarta-feira, 17, um grupo de 27 deputados assinou um pedido de destituição de Waldir da liderança do PSL na Casa. Eles indicaram para o posto Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente. O número coincide com os cálculos feitos por Bolsonaro para que o afastamento se consumasse.

“Olha só, nós estamos com 26, falta uma assinatura para a gente tirar o líder, tá certo, e botar o outro e a gente acerta. Entrando o outro agora, dezembro tem eleições para o futuro líder a partir do ano que vem. A maneira como está, que poder tem na mão atualmente o presidente, o líder aí? É o poder de indicar pessoas, de arranjar cargos no partido, é promessa para fundo eleitoral por ocasião das eleições, é isso que os caras têm. Mas você sabe que o humor desses caras de uma hora para a outra”, diz um trecho da gravação — ouça abaixo.

Em outro trecho da gravação, Bolsonaro argumenta pela legalidade da medida: “A gente reage agora, numa boa, porque é uma medida legal a questão de lista… Eu nunca fui favorável à lista, vou deixar bem claro, sou favorável a eleição direta, mas no momento você não tem outra alternativa, só tem a lista”. E acrescenta: “Aqui tem 25 (assinaturas) , já falei com o (deputado General) Peternelli, tô falando contigo agora, vou ligar para outras pessoas. Até quem sabe a gente passe aí de uns números, com folga até… Se fechar agora, já tem o suficiente.” — ouça abaixo.

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O deputado Delegado Waldir é aliado do presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar. A insatisfação da ala de parlamentares do partidos próximos ao presidente Jair Bolsonaro com a direção da sigla vinha se acentuando nos últimos dias. O estopim da crise na Câmara ocorreu na terça-feira 15, quando o PSL se juntou à oposição em obstrução na votação da medida provisória (MP) 886, que tinha como objetivo promover uma reforma administrativa na Secretaria de Governo e na Casa Civil.

Assinaram o documento pedindo o afastamento de Waldir os deputados Professor Josiel (RJ), Loester Trutis (MS), Luiz Lima (RJ), Coronel Chrisóstomo (RO), Filipe Barros (PR), Eduardo Bolsonaro (SP), Chris Tonietto (RJ), Caroline de Toni (SC), Carlos Jordy (RJ), Sanderson (RS), Dr. Luiz Owando (MS), General Girão (RN), General Peterneli (SP), Daniel Silveira (RJ), Major Vitor Hugo (GO), Bia Kicis (DF), Carla Zambelli (SP), Cabo Junio Amaral (MG), Hélio Lopes (RJ), Alê Silva (MG), Aline Slejtes (PR), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP), Coronel Armando (SC), Guiga Peixoto (SP), Márcio Labre (RJ), Bibo Nunes (RS) e Ricardo Pericar (RJ).

Os demais 26 deputados da bancada, composta por 53 parlamentares, se opuseram à troca na liderança do partido na Câmara. São eles: Professora Dayanne Pimentel (BA), Heitor Freire (CE), Julian Lemos (PB), Daniel Freitas (SC), Delegado Pablo (AM), Delegado Marcelo Freitas (MG), Sargento Gurgel (RJ), Júnior Bozzella (SP), Nicoleti (RR), Soraya Manato (ES), Charles Evangelista (MG), Abou Anni (SP), Fábio Schiochet (SC), Felipe Francischini (PR), Coronel Tadeu (SP), Delegado Antônio Furtado (RJ), Joice Hasselmann (SP), Delegado Waldir (GO), Enéas Reis (MG), Delegado Felício Laterça (RJ), Léo Motta (MG), Lorival Gomes (RJ), Luciano Bivar (PE), Marcelo Brum (RS), Nelson Barbudo (MT) e Nereu Crispim (RS).

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